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Câmara da Guarda quer segurar BT

Executivo reclama construção «urgente» do novo quartel da GNR

A Câmara da Guarda aprovou quarta-feira por unanimidade uma moção em que reclama a construção «urgente» do novo quartel da GNR na cidade e manifesta a sua discordância pela «eventual» saída da Brigada de Trânsito da Guarda. Uma «preocupação» que vai ser comunicada ao comandante geral da GNR e ao ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, uma semana depois do responsável da BT guardense ter alertado para a falta de condições nas actuais instalações e aventado a hipótese da transferência do destacamento para Celorico da Beira.

Pedro Patrício, comandante da BT da GNR da Guarda, reuniu-se na semana passada com António Caetano, presidente do município celoricense, e admitiu que aquele concelho atravessado pelo IP5 e geograficamente «bem localizado» poderá ser «uma solução a breve prazo». Em causa estão as condições «incomportáveis» do actual quartel, mas sobretudo o impasse verificado na construção de novas instalações num terreno cedido pela autarquia junto ao parque industrial. Uma obra adiada há mais de uma década e que assim vai continuar, já que no PIDDAC para 2004 não consta qualquer verba para o projecto. Mas o aviso caiu mal na capital do distrito, onde Maria do Carmo considerou a hipótese uma «brincadeira de mau gosto», recordando que a autarquia, em colaboração com a Scutvias, já manifestou a intenção de disponibilizar provisoriamente um terreno junto ao nó dos Galegos, nas proximidades da A23, e alguns pavilhões préfabricados climatizados para acolher a BT. Na última reunião do executivo, Álvaro Guerreiro, vice-presidente do município, reiterou a proposta e sublinhou que a Câmara «não aceita de forma nenhuma que a BT seja deslocalizada».

Em contrapartida, a sugestão do comandante foi bem acolhida em Celorico da Beira, cuja autarquia está disposta a «fazer tudo» para receber a Brigada de Trânsito. E os argumentos parecem não faltar a António Caetano: «Somos um concelho extraordinariamente bem posicionado no contexto distrital e vamos oferecer as melhores condições à BT num terreno localizado no nó de Vila Boa do Mondego do IP5», refere o autarca, que vê nesta oportunidade mais um fundamento para reivindicar a construção do novo quartel da GNR na vila, que continua a funcionar em instalações camarárias. «Já disponibilizámos um terreno e solicitámos uma reunião ao secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna para avaliar o projecto e insistir na necessidade urgente da sua concretização, dado que agora também a BT pondera a hipótese de vir para Celorico», refere António Caetano. De resto, o presidente considera que a descentralização dos serviços do Estado também deve acontecer no distrito: «Não há nada que diga que o comando da BT deve ficar na sede do distrito. Deve sim estar onde pode efectuar o melhor serviço», sublinha o autarca.

Luis Martins

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