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Câmara da Guarda paga dois milhões de dívidas

«A regra de se gastar sempre mais do que aquilo que se tem acabou na Câmara», garantiu Álvaro Amaro aos fornecedores

A Câmara da Guarda pagou na segunda-feira dois milhões de euros de dívidas a fornecedores, relativas a 2013, com dinheiro do plano de saneamento financeiro, de 10,8 milhões de euros, aprovado em fevereiro pelo Tribunal de Contas.

O pagamento abrangeu 40 empresas e instituições locais, que, segundo o presidente do município, «aceitaram abdicar de 10 a 15 por cento do valor devido, ou de parte dos juros, em troca da plena quitação da respetiva dívida». No final de uma sessão realizada nos Paços do Concelho, Álvaro Amaro sublinhou que este pagamento «é de elementar justiça» e «muito importante para a economia local», além de permitir ter «as contas minimamente em dia» com os fornecedores. «Pagámos a quem devíamos e injetamos dinheiro na economia local, essas são as nossas preocupações», acrescentou o autarca, adiantando que as negociações prosseguem com credores de maior dimensão. «O objetivo é tentar poupar algum dinheiro do plano de saneamento de forma aplicar na economia local o que sobrar, após autorização do Tribunal de Contas», afirmou Álvaro Amaro.

Entretanto, a Câmara da Guarda já pagou cerca de quatro milhões de euros ao Estado, relacionados com diferentes compromissos assumidos, incluindo o Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas (PRED). Nesta sessão, o presidente do município recordou que reduziu o prazo médio de pagamento aos fornecedores de 370 para 180 dias e que a internalização dos 60 funcionários das empresas municipais na Câmara vai permitir poupar 4.500 euros mensais. «O que significa que havia gente a ganhar demais comparado com os ordenados praticados na autarquia, o que é imoral», insurgiu-se Álvaro Amaro. O edil garantiu também aos empresários presentes que «a regra de se gastar sempre mais do que aquilo que se tem acabou na Câmara da Guarda».

O plano de saneamento financeiro, que vai vigorar durante 14 anos, implica a contratação de dois empréstimos bancários com a Caixa de Crédito Agrícola (4,8 milhões de euros) e com o BPI (6 milhões).

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