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Câmara da Guarda mantém tarifas da água e quer pagar dívida

Álvaro Amaro anunciou na sessão de Câmara que, em 2018, o município vai voltar a pagar as faturas do sistema e prosseguir as negociações com as Águas do Vale do Tejo

A Câmara da Guarda, o município que mais deve às Águas do Vale do Tejo (AVT), está disponível para começar a pagar. A decisão já tinha sido revelada na Assembleia Municipal e voltou a ser repetida na última sessão de Câmara, realizada na sexta-feira.

«É hora de acabar com isto. Temos capacidade negocial para pagar a dívida ao sistema, através de uma linha de crédito incluída no Orçamento de Estado, mas esta vontade deve acelerar as negociações com a Águas do Vale do Tejo para sabermos o que vamos pagar», disse Álvaro Amaro. O presidente da Câmara respondia a Eduardo Brito, que quis saber como estava o processo, tendo adiantado que o objetivo é começar por pagar a fatura de janeiro de 2018. «Há essa predisposição desde que não prejudique a discordância do município sobre a dívida passada e que se chegue a acordo sobre o valor em causa», acrescentou o autarca. Álvaro Amaro recordou que há um acordo com as autarquias, rubricado há dois anos, «por cumprir» e que garantia uma «indemnização» de 19 milhões de euros ao sistema pela saída da Covilhã. «No caso da Guarda são 4 milhões de euros a abater na dívida à AVT», lembrou o edil, acrescentando que atualmente o município apenas reconhece uma dívida de cerca de 13 milhões de euros ao sistema. Já os créditos reclamados pela Câmara são «da ordem dos 5,4 milhões de euros» e devem-se a «obras feitas pelos SMAS que deviam ter sido realizadas pela empresa multimunicipal e por outras que não foram feitas».

«Ao valor da dívida tem que ser deduzido o montante que a Câmara exige», sublinhou presidente. O assunto foi abordado antes do executivo aprovar, por maioria, a manutenção das tarifas de água e saneamento para o próximo ano, com a abstenção dos dois eleitos do PS. Eduardo Brito justificou essa posição dizendo que «se houver acordo com a AVT isso tem de se refletir no bolso dos contribuintes». Contudo, o vereador socialista admitiu que tal só seja possível em 2019, mas insistiu que é preciso tornar «a vida dos guardenses mais barata». Álvaro Amaro concordou. Os socialistas também quiseram saber como está o dossier da Pousada da Juventude, tendo o edil social-democrata adiantado que a negociação ainda não avançou. «As condições da proposta da Movijovem são muito duras. A Câmara tem que fazer as obras necessárias, assumir a gestão e entregar 15 por cento das receitas», explicou Álvaro Amaro, adiantando que a autarquia estará interessada em subconcessionar a pousada a associações locais. «A nossa vocação não é gerir pousadas, pelo que queremos saber se poderemos entregar a gestão a terceiros», disse o autarca.

Para Eduardo Brito, a pousada é um equipamento «importantíssimo para a Guarda que queremos ver reaberto». Nesta sessão, o vereador Pedro Fonseca (PS) alertou para o facto da última ata da reunião de Câmara disponível no site da autarquia datar de janeiro deste ano, o que deixou o presidente visivelmente incomodado. «Isso não pode ser, nem é justificável», respondeu, exigindo aos serviços a correção imediata da situação.

Luis Martins Álvaro Amaro e Eduardo Brito concordaram que um acordo com a AVT terá de «se refletir» na redução das tarifas de água e saneamento

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