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Câmara da Guarda gasta mais de 428 mil euros em duas rotundas

Aberto concurso público para requalificação das rotundas do Alvendre e do Rio Diz, sendo que nesta última serão gastos mais 92 mil euros com escultura de Dora Tracana

A Câmara da Guarda vai gastar mais 428.778 euros (IVA incluído) na requalificação das rotundas do Rio Diz e do Alvendre e zonas envolventes. Na segunda-feira, o executivo aprovou, por maioria, a abertura do respetivo concurso público com os votos contra dos eleitos do PS.

Joaquim Carreira estranhou o valor em causa, tanto mais que haverá que lhe acrescentar os 92 mil euros que vai custar a escultura de Dora Tracana para a rotunda do Rio Diz. Na reunião de Câmara soube-se que a obra vai ser uma mão aberta em bronze e o vereador do PS não deixou de ver ali uma ironia: «É como este executivo», afirmou, acusando a maioria liderada por Álvaro Amaro de seguir o caminho do «puro endividamento» da Câmara. Já a rotunda do Alvendre, no acesso à A25, saiu dos gabinetes da autarquia e será um cubo em cujos lados estará representado o cristal escolhido pelo atual executivo para imagem corporativa do município. Neste caso, o valor não foi divulgado, mas a opção não deixou de ser criticada por Joaquim Carreira.

Com a requalificação destes espaços, o socialista fez as contas e somou os trabalhos realizados nas rotundas do 5 F’s, da Luz e do Anjo da Guarda para concluir que a Câmara já gastou em dois anos e meio de mandato mais de 1,2 milhões de euros em «cinco estátuas e amanho» de rotundas. «É estranho porque a autarquia está em processo de saneamento financeiro. Onde vai buscar este dinheiro?», interrogou o vereador da oposição. Já a requalificação da Dorna, que inclui a construção de uma rotunda, a beneficiação do célebre chafariz e da rede viária naquele ponto da cidade, com um preço-base de 349.786 euros (IVA incluído), não mereceu contestação. A abertura do concurso público foi aprovada por unanimidade, tendo Joaquim Carreira justificado o voto favorável por esta intervenção ser uma necessidade de «ordenamento viário».

Por sua vez, o presidente da Câmara respondeu às críticas dos socialistas dizendo que «estamos cá para recuperar o tempo perdido, para fazer obra» e acusou a oposição de ser «o partido do não, porque dizem não a tudo». Além disso, questionou qual seria a alternativa do PS para reabilitar a principal entrada da cidade: «Não fazer nada e pormos ali as ovelhas a pastar?», ironizou Álvaro Amaro. O edil acrescentou depois que «temos algumas disponibilidades financeiras para fazer obras que consideramos importantes para o rumo que traçámos de estimular a economia e aumentar o poder atração». De resto, o autarca guardense acha mesmo que com estas e outras obras «já agradámos a muitos dos que votaram no PS nas últimas autárquicas». No final da reunião de Câmara, Joaquim Carreira adiantou aos jornalistas que solicitou vários documentos para «perceber a gestão geral da Câmara da Guarda», nomeadamente o balanço social referente a 2015, a relação dos contratos de avença do pessoal com funções laborais na autarquia e a relação dos contratos de emprego-inserção. O socialista requereu ainda a relação das adjudicações de serviços de segurança em eventos e edifícios municipais.

Comparticipação de medicamentos em discussão pública

Nesta sessão de Câmara o executivo tomou conhecimento do projeto de Regulamento Municipal para Atribuição de Comparticipação em Medicamentos, que vai estar em discussão pública durante trinta dias. Segundo Álvaro Amaro, o objetivo é comparticipar «em 80 por cento todos os medicamentos prescritos pelo médico mas na parte suportada pelos doentes». Este apoio destina-se a guardenses que vivam «numa situação de pobreza extrema», sendo que a medida tem uma dotação de 25 mil euros para este ano. «Não é por aí que vamos desfalcar as finanças da Câmara, além disso é o cumprimento de uma promessa eleitoral», disse o presidente, que revelou também que o município vai custear as obras necessárias para garantir as condições mínimas de habitabilidade em 12 casas em diferentes freguesias. Esta tarefa tem uma dotação superior a 100 mil euros.

Luis Martins Álvaro Amaro diz que autarquia tem «algumas disponibilidades financeiras para fazer obras que consideramos importantes»

Comentários dos nossos leitores
martinho mikealfa@hotmail.com
Comentário:
Isto é um insulto a todos os habitante da Guarda. Com esse dinheiro criava 1000 empregos ou recuperava todo o centro histórico e era financiado a 85% pela União Europeia. Gastador, incompetente e clientelar. Uma desgraça para a Guarda. Aumenta IMI, taxas na água e serviços porque não tem dinheiro e cria mais divida.
 
Paula Paula8687@yahoo.es
Comentário:
Nao ha otro sitio para gastar o dinheiro?
 

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