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Câmara da Guarda aprova 4,5 milhões em obras

Executivo adjudicou empreitadas de beneficiação de estradas, de rotundas, a instalação de sinalização rodoviária e abriu concursos para a requalificação da Rua do Comércio, do Jardim José de Lemos e parque municipal

A última reunião do executivo da Câmara da Guarda ficou marcada pela abertura de concursos e adjudicações de 4,5 milhões de euros, mais IVA, em obras de beneficiação de estradas, de rotundas, de sinalização rodoviária e de requalificação urbana. «São empreitadas importantes para o futuro da Guarda», disse Álvaro Amaro, já o socialista Joaquim Carreira considerou que «estamos a entrar em campanha eleitoral para as autárquicas de 2017».

A melhoria das estradas municipais nas freguesias de Adão, Benespera, Gonçalo, Marmeleiro, Panoias, Ramela, Rochoso e Valhelhas vai custar cerca de um milhão de euros, mais IVA. Trata-se de uma intervenção que mereceu a unanimidade do executivo, mas com argumentos diferentes. «É para acabar com a vergonha da gestão PS na Câmara, quando, durante dez anos, enganou as pessoas com placas e medições para nada fazer. Eu não prometi estas obras, mas faço-as», declarou o presidente aos jornalistas no final da reunião. Por sua vez, Joaquim Carreira afirmou que estes trabalhos são «necessários» porque essas vias estão «muito degradadas e há anos que não são intervencionadas». A Câmara aprovou ainda por unanimidade a adjudicação da conservação de pavimentos e sinalização rodoviária por 372.853 euros, mais IVA.

Os eleitos do PS votaram contra a requalificação das rotundas da Avenida 25 de Abril e envolvente, que vai custar 226.200 euros, acrescidos de IVA, por considerarem que a cidade «tem outras prioridades». Joaquim Carreira disse ter ficado «surpreendido» com o valor final, «que é inferior aos 428 mil euros que tínhamos apurado aquando da abertura do concurso público». Contudo, o vereador lembra que as esculturas previstas não estão incluídas – a de Dora Tracana para a rotunda do Rio Diz custa 92 mil euros e a futura rotunda do Cristal, elaborada pelos serviços técnicos da autarquia para o acesso ao Alvendre e A25 cujo custo ainda não foi divulgado. Esta empreitada foi entregue à empresa António Saraiva & Filhos. Os socialistas também criticaram a regeneração urbana a encetar nas Ruas do Comércio e Augusto Gil, no centro histórico, mas abstiveram na votação.

«Inicialmente previa-se gastar 230 mil euros nesta requalificação, que agora foi adjudicada por 636.695 euros, mais IVA», lamentou Joaquim Carreira. Na sua opinião, esta alteração de preços deve-se «a opções técnicas, como a cobertura, que encarecem a empreitada e são desnecessárias, tanto mais que esta rua foi requalificada há cerca de dez anos», disse o vereador. Nos restantes pontos da agenda, o PS votou ao lado da maioria a abertura dos concursos públicos, entre outros, para a requalificação urbana do eixo central da cidade (Jardim José de Lemos e Parque Municipal), bem como da zona do Chafariz da Dorna. O preço-base do primeiro procedimento é de 434 mil euros, o segundo está orçado em 436.133 euros e o terceiro tem um valor base de 349 mil euros, a todos estes montantes acresce o IVA. Os respetivos projetos serão apresentados publicamente na segunda-feira, no decorrer da conferência “A Guarda Requalifica-se e Renasce”. Na sessão serão ainda divulgados os projetos aprovados no Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).

PS alerta para endividamento da Câmara

Na sessão de segunda-feira o executivo aprovou ainda a abertura do concurso público para a requalificação das escolas que integram os Agrupamentos Afonso de Albuquerque e da Sé, cujo preço-base é de 358 mil euros.

Outro procedimento vai ser aberto para a requalificação de vários espaços públicos na zona da Guarda Gare pelo valor de 260.698 euros, mais IVA. «Percebemos este afã de obras por parte da maioria, mas não sabemos quantos destes projetos têm candidaturas e quais serão aprovadas. Portanto, receamos que esteja em curso o processo de endividamento da Câmara da Guarda», sustentou Joaquim Carreira no final da reunião. Um receio desvalorizado por Álvaro Amaro, para quem estas opções não são mais do que seguir «uma regra elementar» da gestão de aproveitamento dos apoios comunitários. «Há dinheiro na administração pública que fala. Como podia lançar obras sem ter os respetivos planos aprovados, caso do PEDU na semana passada», respondeu Álvaro Amaro. E para o presidente da Câmara este será apenas o início, avisando que «o PS vai perceber que a Guarda se requalifica e vai renascer». «Neste executivo tem-se trabalhado num ritmo alto. Estancámos a loucura financeira dos nossos antecessores e saneámos as contas, agora chegou o tempo de fazer obra», sentenciou o edil.

Luis Martins Trabalhos na rotunda do Rio Diz já começaram

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