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Câmara da Guarda acaba com departamentos e chefias de serviço

Executivo aprovou por maioria a alteração da estrutura orgânica do município que vai permitir ujma poupança anual de 130 mil euros

Tornar os serviços da Câmara da Guarda «mais eficazes, mais eficientes e mais humanizados» foi o lema que conduziu à alteração da estrutura orgânica do município, anunciada por Álvaro Amaro quando foi eleito a 29 de setembro do ano passado e aprovada na reunião do executivo realizada na última segunda-feira. A proposta mereceu os votos favoráveis da maioria e a abstenção dos dois vereadores socialistas.

Sobre a proposta da nova orgânica, o presidente da autarquia espera uma «nova era de maior eficácia, maior eficiência e maior poupança», sendo que o objetivo é haver uma «maior ligação entre os técnicos e os decisores políticos. O edil anunciou que, em comparação com o executivo anterior, em relação aos custos das despesas com os gabinetes da presidência e dos vereadores há uma redução de 15 mil euros por mês e de 200 mil por ano, comparando os meses de dezembro de 2013 e de 2012. «É a realidade atual. Pode haver alguma alteração mas nunca irá chegar aos mesmos valores», garantiu o autarca que anunciou também que vai ser feito um despacho a «revogar toda a mobilidade interna», pois «não vejo nenhuma justificação técnica» para 19 técnicos «terem direito a mobilidade para ganharem mais», o que permitirá poupar mais 56 mil euros por ano com o regresso dessas pessoas aos «seus lugares técnicos». Álvaro Amaro realçou que «acabam os dois departamentos [Administração Geral e Desenvolvimento Territorial]» e passam a haver seis divisões em vez das atuais cinco. Por outro lado, havia dois chefes de serviço que também acabam e 17 coordenadores técnicos que passam para nove». Com a nova estrutura orgânica passam a haver as Divisões de Educação, Ação Social e Juventude; Administrativa; Financeira e de Património; de Cultura, Turismo e Desporto; de Planeamento, Gestão Urbanística e Obras Municipais e de Equipamentos e Infraestruturas.

O presidente do município realça que «em nome do objetivo de ligar melhor a estrutura técnica com a estrutura dirigente é melhor acabar com entropias no sistema», sendo que a «consequência financeira» da nova orgânica é uma «poupança» de 130 mil euros neste campo, a que se juntam 56 mil «porque acabam as mobilidades» e 200 mil das despesas com gabinetes da maioria. O edil garantiu que «ao fim dos primeiros 30, 60 dias constatámos que esta mudança era uma inevitabilidade» e que as decisões foram tomadas sem «olhar para as fotografias». De resto, Álvaro Amaro frisou que «chefiar e coordenar é muito importante, mas não podemos é ter tantos coordenadores e chefes», sublinhando que «o futuro dirá se estamos certos ou não», mostrando-se satisfeito com uma «poupança que é significativa e que bem precisamos para fazer muitas outras coisas que a Câmara necessita». Questionado se não teme um possível descontentamento de alguns trabalhadores, o autarca frisou que terá a «oportunidade de explicar esta mudança aos funcionários» e que «é importante ter as pessoas mobilizadas e empenhadas». Aprovada também por maioria foi a proposta de alteração à organização dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento) que, de acordo, com Álvaro Amaro mantêm a «mesma estrutura».

Os dois vereadores socialistas optaram pela abstenção por entenderem que a alteração da estrutura orgânica se trata de uma «decisão política da maioria» e «se fossemos poder pensaríamos numa estrutura de um modo diferente». José Igreja realçou que a Câmara tem a «intenção de poupar dinheiro através de uma reorganização da estrutura», mas os eleitos da oposição mostram-se «completamente em desacordo» quando o presidente do município afirma que a poupança «maior» sucede nos «gabinetes ligados à área política». O vereador realça que «a anterior Câmara presidida pelo PS tinha realmente os gabinetes da vereação e da presidência a funcionar mas as pessoas que estavam nesses lugares eram funcionários da Câmara e apenas saíram do seu lugar profissional dentro da Câmara para os lugares políticos».

Ricardo Cordeiro Álvaro Amaro não encontra «nenhuma justificação técnica» para que 19 técnicos tenham «direito a mobilidade para ganharem mais»

Comentários dos nossos leitores
protestante jose augusto@hotmail.com
Comentário:
Na Câmara da Guarda há mais engenheiros do que gente a trabalhar. Se quer cortar, Álvaro Amaro que corte no seu ordenado. Está só 4 anos mas vai dar cabo de tudo.
 

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