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Câmara da Covilhã renegoceia empréstimos de 30 milhões de euros

Carlos Pinto diz querer taxas de “spread” melhores, mas socialistas desconfiam que operação sirva apenas para adiar pagamentos à banca

A Câmara da Covilhã vai consultar a banca para renegociar empréstimos no valor de 30 milhões de euros, uma medida contestada pela oposição socialista, que acusa a maioria de adiar os pagamentos às instituições financeiras. Segundo Carlos Pinto, esta opção, aprovada por maioria na reunião do executivo da passada sexta-feira, visa obter melhores taxas.

«É uma reprogramação de empréstimos que já existem e que agora vão ser objecto de consulta ao mercado para obtermos melhores taxas. É um acto sem outro significado», referiu. O presidente da Câmara garante que o mercado tem actualmente «taxas de “spread” melhores», pelo que considera a operação vulgar. «Até as famílias, quando compram casa, têm pagamentos a 20 anos e vão ao banco pedir para pagarem em 25», sustentou. No entanto, José Serra dos Reis desconfia que a operação tenha outro objectivo. «São cerca de 30 milhões de euros que a Câmara quer negociar, em nosso entendimento, com um objectivo simplista: o que tinha que começar a ser pago hoje, é para pagar daqui a quatro anos», avisou o vereador do PS. Os empréstimos em causa iam agora começar a ser pagos, mas para o socialista, a maioria social-democrata «quer seguir o ditado que diz “pagar e morrer, o mais tarde que possa ser’”, deixando um “presente envenenado” para futuros mandatos autárquicos». Por isso, os eleitos do PS no executivo covilhanense – Serra dos Reis e Telma Madaleno – votaram contra a consulta à banca. A operação envolve duas propostas distintas. Uma para quatro empréstimos, no valor de cerca de 18 milhões de euros, e outra para dois empréstimos de 12 milhões de euros. Todos foram contraídos desde 1998, sob a gestão de Carlos Pinto.

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