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Câmara da Covilhã com orçamento de 89,5 milhões

Documento foi aprovado pela maioria social-democrata com abstenção da oposição socialista

O valor do investimento previsto nas Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara da Covilhã para 2011 é de 89,5 milhões de euros. Os documentos foram aprovadas por maioria, com a abstenção dos vereadores do PS, na última reunião privada do executivo, realizada na sexta-feira.

Para os dois eleitos socialistas, a proposta de Plano e Orçamento «é uma reedição ligeiramente emagrecida das aprovadas nos últimos oito anos» e um «documento financeiro sem rigor». Vítor Pereira considerou mesmo que apresentar estes valores «numa altura em que as famílias, as empresas, o país, a Europa e o mundo atravessam a maior crise dos últimos 100 anos só pode pecar por irrealismo». Além disso, e porque «a maior parte da receita prevista se reporta à venda de bens de investimento, o que, tendo em conta as reduzidíssimas execuções orçamentais anteriores, a crise do mercado imobiliário e a já referida conjuntura de crise económica e financeira, tornam este documento como o mais irrealista dos últimos anos». Por outro lado, os vereadores da oposição sustentam que, «à semelhança dos orçamentos dos últimos anos, persistem os inquietantes sinais de desequilíbrio da estrutura financeira da autarquia, de que é exemplo a astronómica dívida existente, de cerca de 100 milhões de euros».

De resto, os vereadores do PS consideram que este Orçamento contém «uma contradição insanável, que é o resultado do regabofe eleitoral dos últimos anos». Por isso, Vítor Pereira admitiu que esperava um documento «consentâneo com a realidade económica e financeira do concelho, da região e do país», justificando a abstenção como um «incentivo ao rigor que exigimos à maioria na execução deste orçamento». Por seu turno, Carlos Pinto salientou que os documentos aprovados vão assentar em duas grandes linhas de orientação, sendo uma «o rigor e a manutenção dos compromissos assumidos» e a outra a «liquidez de tesouraria para assegurar a componente nacional de alguns projectos que venham a ter financiamento comunitário». O edil social-democrata disse ainda que em 2011, devido aos cortes do Orçamento de Estado, o município vai receber menos três milhões de euros do que este ano.

Na reunião do executivo foi ainda aprovada a adjudicação da construção do Funicular de São João. Com uma extensão de cerca de 200 metros, ligará a Rua Mateus Fernandes, a Sul, ao Largo de São João de Malta, a Norte da cidade, em dois minutos. Este funicular irá circular em via única, com três pontos de paragem (limite inferior, limite superior e a meio da via), tendo uma cabine com capacidade para 12 pessoas, o que permitirá transportar cerca de 200 pessoas por hora. A obra foi entregue ao consórcio EFACEC/LIFTECH por cerca de 1,5 milhões de euros e um prazo de execução de 540 dias. Foi ainda aprovado abrir concursos públicos para a construção do Jardim Botânico de Montanha, que permitirá a requalificação do Parque Alexandre Aibéo, no valor de 500 mil euros, bem como para a requalificação do Parque Florestal da Covilhã, porta de entrada na Serra da Estrela/Penha das Saúde, no valor de 400 mil euros.

A autarquia vai ainda promover a reabilitação de um edifício para acolher o Centro Multifunções de Vila do Carvalho, que incluirá auditórios, sala de leitura e a instalação da sede do Carvalhense Futebol Clube. O custo da intervenção está estimado em mais de 1,1 milhões de euros. Todas estas obras estão comparticipadas por fundos comunitários provenientes do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), sendo o restante suportado pelo município.

PS questiona regresso de João Esgalhado

Vítor Pereira apresentou ainda um requerimento a propósito do regresso do vereador João Esgalhado às funções executivas. O socialista quer saber «quais foram as razões políticas que o levaram a renunciar aos pelouros que lhe estavam confiados e que transcendentes razões políticas o motivaram a reassumir os que agora lhe foram atribuídos?».

«Ainda há bem pouco tempo, o senhor vereador foi politicamente “esgalhado” e agora regressa, regenerado, para a regeneração urbana», ironizou o vereador da oposição, dizendo-se «perplexo com decisões políticas tão radicais, inusitadas e contraditórias num tão curto espaço de tempo». Os socialistas apresentaram também um protesto pela intervenção de Carlos Pinto na cerimónia oficial dos 140º aniversário da elevação da Covilhã a cidade, acusando o presidente da Câmara de ter cometido um «despropositado, lamentável e desnecessário momento de campanha eleitoral consubstanciado na saudação e apelo que fez à recandidatura» de Cavaco Silva.

Autarquia aprovou adjudicação da empreitada de construção do Funicular de São João

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