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Câmara da Covilhã cancela nove obras

Seis empreendimentos foram suspensos por um período mínimo de um ano e outros três anulados

A Câmara da Covilhã prepara-se para suspender, por um prazo mínimo de um ano, um conjunto de seis obras anunciadas em 2005 enquanto outras três vão mesmo ser anuladas. A decisão foi tomada na última sexta-feira, durante a reunião do executivo, e em causa estão, alegadamente, as limitações financeiras resultantes dos cortes orçamentais do Governo às autarquias, justificou a maioria social-democrata. «Uma falácia de argumentação», considera José Armando Serra dos Reis, vereador socialista, que garante que «nenhuma instituição pública ou privada lança concursos e empreitadas para a realização de obras sem ter garantidos fundos para as executar».

Por isso, a oposição acredita que as obras anunciadas por Carlos Pinto, e que têm agora os dias contados, foram apenas argumentos de campanha eleitoral. «A maioria andou a enganar o eleitorado», garante o vereador. Das seis empreitadas suspensas por um prazo mínimo de um ano contam-se o alargamento da Estrada Municipal (EM) 512, entre a Barroca Grande e a Ponte sobre o Rio Zêzere, que representava um investimento na ordem dos 2,7 milhões de euros; a construção da EM 512, entre São Jorge e o Pereiro, numa extensão de 11 quilómetros e há muito prometida (1,8 milhões); o edifício “C” do Centro Cívico da Vila do Carvalho (784 mil euros); o recinto de feiras e mercados do Tortosendo (374 mil euros); a via de acesso ao silo-auto da Universidade da Beira Interior (224 mil euros) e, por último, a reparação dos arcos 8, 9 e 10 da Ponte Nova, de ligação Covilhã-Caria (32 mil euros). Pior destino tiveram outros três projectos, que vão mesmo ser anulados. Trata-se da variante à Boidobra, que estava orçada em mais de 400 mil euros, da concepção e construção da piscina do Tortosendo e a obra de reabilitação da Ponte Nova. No final da reunião, nenhum membro da maioria esteve disponível para prestar declarações aos jornalistas sobre este recuo da autarquia que se cifra em mais de seis milhões de euros.

Já o socialista Serra dos Reis aproveitou a ocasião para anunciar que ainda esta semana será entregue ao executivo de Carlos Pinto um conjunto de requerimentos para que a oposição possa obter, «por escrito, algumas respostas sobre questões pertinentes sobre a gestão municipal». Em causa está a retirada das verbas para as Juntas de Freguesia no âmbito do Fundo de Equilíbrio das Autarquias, a reparação da fachada da sede do PSD, a construção do novo cemitério e um conjunto de medidas referentes à requalificação do primeiro ciclo do ensino básico, nomeadamente a aplicação do programa de generalização do inglês, do fornecimento das refeições e da construção dos centros escolares de pequena e média dimensão.

Lojas Sociais a partir de Abril

Embora com algumas «reservas» da oposição, os bairros sociais do Teixoso e do Tortosendo vão beneficiar, a partir de Abril, de duas Lojas Sociais. O projecto, aprovado na última sessão de Câmara, prevê, segundo Paulo Rosa, adjunto de Carlos Pinto, «a distribuição de vestuário pela população mais carenciada do concelho». A autarquia já dispõe dos espaços que vão acolher a iniciativa, faltando apenas «proceder ao arranjo dos interiores» para que possam abrir portas. Até Abril, os interessados em contribuir com peças de vestuário poderão fazê-lo junto da Câmara Municipal, que depois se encarregará de «tratar, desinfectar e lavar a roupa doada para depois ser distribuída».

Rosa Ramos

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