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Câmara ainda não registou terrenos do Parque Urbano do Rio Diz

Guarda

Está adiada a contração do empréstimo de 12,9 milhões de euros pretendido pela Câmara da Guarda para reestruturar a sua dívida de 91 milhões.

Álvaro Amaro queria ver o assunto resolvido esta semana, para a melhor proposta ser aprovada na Assembleia Municipal de 30 de junho, mas os bancos pediram mais tempo para estudar as condições do empréstimo. Por isso, fica por enquanto comprometida esta possibilidade, sendo que há quinze dias o presidente da Câmara tinha adiantado que, atualmente, a Câmara está «no limite da possibilidade de recorrer a este empréstimo». Na altura, Álvaro Amaro tinha afirmado que esta era a primeira tentativa para sanear as finanças da autarquia. A seguinte será o recurso ao Fundo de Apoio Municipal, mas que implicará impostos municipais, como o IMI e a Derrama, no máximo. «Se a banca nos der boas condições neste empréstimo, as medidas que poderemos ter que adotar não serão tão duras, embora tenha que haver alguns aumentos de tarifas e taxas municipais», avisou então o presidente.

Na reunião de Câmara realizada anteontem, o executivo decidiu fazer uma auditoria à sociedade Polis por «haver dúvidas sobre as operações e procedimentos que ocorreram na dissolução da sociedade, pois resulta um valor que não tem respaldo contabilístico», adiantou o vice-presidente, que presidiu à sessão devido à ausência de Álvaro Amaro. O assunto tinha sido abordado pelo socialista Joaquim Carreira, que disse ter muitas dúvidas sobre o assunto. «Na auditoria externa não se percebe que expropriações foram pagas e que terrenos foram escriturados em nome da Câmara, correndo-se o risco de se perder esse património», disse o vereador. Na resposta, Carlos Chaves Monteiro confirmou que a totalidade dos terrenos do Parque Urbano do Rio Diz e zona envolvente não estão escriturados e registados em nome do município. «Os proprietários celebraram contratos de compra e venda com o Polis, receberam as verbas a que tinham direito, mas com a extinção da sociedade, que fazia reverter esses terrenos para a Câmara, os mesmos não foram escriturados», confirmou o autarca.

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Trapalhada. Para o contribuinte normal são impostas regras sem piedade. Quando se trata de pagar os erros destes senhores, os contribuintes são chamados a contribuir. Eu pergunto: Quando, e de uma vez por todas, é que estes políticos serão responsabilizados e punidos por gestão danosa? Os políticos, na sua maioria, revelam falta de profissionalismo, de sentido de Estado e de ética. Como sempre, sobra para o mais pequeno. A vida continua e assim se faz o dia a dia da nossa Guarda. Negócios pouco transparentes, até mesmo à vista de um cego. Aquilo que nos é dado a conhecer tem tão pouca informação e está envolto em secretismos, pelo que só quem está dentro tem acesso. Depois vêm as derrapagens orçamentais e o povo é que é chamado a pagar por ser demasiado pequeno. Sejam transparentes, exigentes e, acima de tudo, responsáveis.
 

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