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Câmara admite não ter dinheiro para a Casa da Cultura de Famalicão

E apoia investimento de 6 milhões da Coficab com isenção de IMI e declaração de interesse estratégico

A Câmara da Guarda assumiu, na última reunião do executivo, não ter dinheiro para apoiar a programação da Casa da Cultura de Famalicão. A Junta de Freguesia, que gere o equipamento inaugurado em 2009, suspendeu todas as actividades para este ano por a autarquia não ter cumprido o protocolo que implicava a transferência de 36 mil euros em 2010.

Na passada segunda-feira, o vereador com o pelouro da Cultura confirmou haver «incapacidade da Câmara assumir os seus compromissos financeiros não só com a Junta de Famalicão, mas também com as restantes associações e colectividades do concelho». Virgílio Bento acrescentou, no entanto, que é possível realizar «outras actividades com a matéria-prima que existe no Centro Cultural local, até porque é para isso que aquele equipamento existe fundamentalmente». Mas o assunto mereceu um reparo do vereador do PSD. Rui Quinaz considerou que a situação é «exemplificativa da falta de estratégia» da maioria socialista: «A Casa da Cultura abriu em 2009 e fechou no ano seguinte, então para que se fez o investimento?», questionou, dizendo ser «inadmissível» que não se cumpra com a transferência de verbas prometidas.

O social-democrata recordou depois ter proposto recentemente que o Teatro Municipal da Guarda descentralize alguns espectáculos para as freguesias para «rentabilizar equipamentos e gerar economias de escala». Ao que o presidente do município respondeu que «é preciso ver quais as actividades que é possível apoiar». Joaquim Valente defendeu ainda que a construção da Casa da Cultura – que custou cerca de 300 mil euros – «não foi um desperdício ou um mau investimento, a questão é termos que nos adaptar às contrariedades de um ano anormal de crise». Nesta reunião, o executivo deu ainda parecer favorável à declaração de aceitação de benefícios para a Coficab, que também isentou de IMI. É que a empresa de fios está a desenvolver na unidade de Vale de Estrela um investimento em inovação e desenvolvimento orçado em mais de 6 milhões de euros. Trata-se de um Projecto de Interesse Nacional (PIN). «É um sinal da consolidação da fábrica», disse Joaquim Valente.

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