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Bons e maus jogos de estratégia

Os jogos de estratégia, a língua afiada para denegrir os adversários, a capacidade de distorcer os factos, o descaramento na mentira, a manipulação das contas, da justiça, da comunicação social e do seu próprio Partido, o descartar de responsabilidades, as ameaças, as insinuações, os Delfins que acorrem a defender o Líder, que se faz aclamar nos Comícios e cenários da TV, e que repetem as suas palavras com pouco entusiasmo, o facto de apenas alguns altos dignitários do Partido ousarem comentar ou divergir ligeiramente, mas sem verdadeiramente condenarem ou apontarem os seus erros. Tudo isto faz lembrar a emergência do fascismo é um mau jogo de estratégia, pena que esteja tão presente nos cenários da vida politica dos Partidos – e onde?, basta analisar :

(1) O 25 de Abril que ainda não aconteceu dentro das estruturas nacionais, distritais e concelhias dos aparelhos partidários que na hora da escolha dos candidatos a deputados lá vai, o amigo, o irmão, a esposa, enfim os aparelhistas; alguns desconhecem mesmo o Distrito e até a politica, apenas estão interessados no seu governo próprio, servem-se da politica e nunca chegam a ter sequer noção dos problemas de quem os elegem, refiro-me apenas aos recentes cenários das listas apresentadas para o nosso Distrito, no PS e PSD, os cabeças de lista não devem vir já ao Distrito desde a altura em que de cá saíram… mas bem agora no contacto eleitoralista sempre serve para virem ver a casa onde nasceram, ou não, é uma vergonha, como dirigente politica entendo que estes cenários apenas servem para fragilizar e menosprezar as estruturas locais e distritais dos partidos políticos que mais não são do que a “candeia e a água benta para a procissão”; então acabe-se com isto, reduzam-se os deputados a eleger, afinal todos temos que colaborar com o buraco financeiro do País, chega de hipocrisia e de desculpas exímias.

(2) Os discursos na Cerimónia do 25 de Abril do actual e dos 3 Ex – Presidentes da República, onde ressalta o apelo às forças partidárias para a responsabilidade que têm para com o País, a necessidade do discursos de segurança/confiança, mas ao invés disso apelidam de “foleiro”, é assim que a classe politica se apresenta ao mais alto nível, a pergunta que se impõe é – Afinal quem são estes, que formação têm, que credibilidade apresentam, quanto recebem de ordenado, quanto arrecadam em ajudas de custo? Ah e já agora porque não fazer estas mesmas interrogações ao Sr. Presidente da CMG sobre o recente lugar de Director Municipal que à pressa arranjou para o amigo Engenheiro Técnico que tem em comum com o demitido 1º Ministro, José Sócrates…

Estratégia está também: na arrogância de Sócrates no caso Teixeira dos Santos; no elogio feito por Mário Soares a Passos Coelho; nos 13% de novos Emigrantes qualificados que procuram Angola, Brasil, Peru numa atitude plena de “dar novos mundos ao Mundo”

Mas … segundo as recentes sondagens, mesmo depois das muitas manifestações, professores, funcionários públicos, “geração à rasca”, parece que o descontentamento dos portugueses para com o governo, limita-se grande parte àqueles que até agora sofreram com a crise, que viram os seus rendimentos descer drasticamente, ou seja, uma grande parte de funcionários públicos. No que diz respeito aos chamados privados, ainda não sentiram nos seus rendimentos a crise. Temos mais de 10% de privados que vivem do subsídio de desemprego; temos mais de 7% de famílias que vivem, desde sempre, de rendimento mínimo; temos um tecido empresarial que vive de obras públicas; temos as empresas do SE do Estado que não viram o rendimento dos seus administradores e trabalhadores afectado como deveria ter sido feito; temos a R.A. dos Açores onde não foram afectados… enfim é natural… Isto é uma coisa tenebrosa. Não posso acreditar. Tenho medo, este país está na maior miséria – e não falo de dinheiro.

Isto não é Política, é o mau uso da Política. Numa situação de Crise como a que vivemos deviam estar a ser analisadas cuidadosamente causas e consequências, mas para já estamos nas mãos da Finlândia…

Por: Cláudia Teixeira

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