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Bispo quer chegar longe

Futebolista da Guarda vai estrear-se na Superliga com a camisola do Paços de Ferreira

Aos 27 anos, Luís Bispo prepara-se para se estrear na Superliga. Após várias épocas a actuar na Liga de Honra, o jogador natural da Guarda chega ao escalão principal do futebol nacional com as cores do Paços de Ferreira, emblema nortenho que já defendeu na época transacta. O defesa esquerdo, formado na Associação Desportiva da Guarda, não teme a concorrência e acredita que tem condições para triunfar nesta nova etapa da sua carreira.

Após ter estado muito perto da Superliga há duas épocas atrás, quando jogava na Naval 1º de Maio, Bispo conseguiu concretizar finalmente o sonho de jogar num campeonato «a que todos os jogadores querem chegar», garante. O atleta, que sobressai pela cabeça rapada, mostra-se confiante em conquistar um lugar entre os eleitos às ordens de José Mota, mesmo apesar do clube ter contratado recentemente outro jogador para a sua posição. «O Fredy [ex-Académica de Coimbra] é mais conhecido, mas isso não quer dizer nada porque estamos aqui os dois para trabalhar e lutar por um lugar na equipa», assume. Por outro lado, Bispo salienta o facto do treinador e as pessoas já o conhecerem em Paços de Ferreira, o que poderá constituir «uma vantagem», realçando que gosta de trabalhar com José Mota, «bom treinador e uma boa pessoa». Depois de ter actuado na IIª Divisão B e na Liga de Honra, Bispo considera-se capaz de «jogar de igual para igual com os melhores jogadores nacionais». Aliás, admite que se ficou no plantel, «é porque reconhecem que tenho valor», sublinha o atleta com mais um ano de contrato com Paços de Ferreira, que regressa ao escalão principal um ano depois de ter sido despromovido.

De resto, considera que a equipa nortenha é o «clube ideal» para se estrear entre os grandes do futebol português, uma vez que oferece «muito boas condições de trabalho» e é «bastante estável» a nível financeiro. O único futebolista guardense que vai actuar na Superliga esta temporada acha que «não é tarde» para chegar a este nível: «Tenho que tentar aproveitar e fazer o meu melhor para me manter na Iª Divisão o máximo de anos possível», adianta, prometendo «muito trabalho» para mostrar o seu valor e continuar no escalão principal. «A este nível, tudo é possível e tudo o que vier de melhor é bom, mas não vivo obcecado com isso», assevera. No entanto, Bispo tem consciência que será bom para ele se a época lhe correr bem, pois trata-se de uma «montra» que lhe poderá abrir «outras portas». Na Superliga, o futebolista vai “carregar” outra responsabilidade, a de ser dos poucos atletas do distrito a jogar ao mais alto nível. O outro é o portista José Bosingwa, que nasceu em África, mas tem fortes ligações a Seia e a Fornos de Algodres. «Infelizmente isso é uma realidade e é muito complicado uma pessoa do interior conseguir singrar no futebol», sublinha, mostrando-se «honrado e feliz» por sentir que pode ser um «exemplo» para os jovens do distrito. Bispo jogou nas camadas jovens e nos seniores da Desportiva da Guarda, ingressou depois no Torreense e no Sporting de Espinho, de onde se transferiu para a Naval 1º de Maio. Foi no clube da Figueira da Foz que se estreou na Liga de Honra, numa época em que eliminaram o Sporting da Taça de Portugal em pleno Estádio de Alvalade, antes de chegar ao Paços de Ferreira na época transacta.

Ricardo Cordeiro

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