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Bispo da Guarda pede equidade e justiça social

Mensagem de Natal foi dedicada à dignidade do trabalho, ao problema do desemprego e à família

«Quem nos governa tem que procurar distribuir a carga de forma equitativa, pois é preciso tirar mais a quem tem mais, isso é justiça social», considera D. Manuel Felício.

A sugestão foi feita à margem da tradicional leitura da mensagem de Natal, na última segunda-feira, dedicada este ano à dignidade do trabalho, ao problema do desemprego e à família. Para o bispo da Guarda, «quem ganha pouco está a ganhar cada vez menos», pelo que «é indispensável, quando alguns salários diminuem, que os daqueles que ganham mais também diminuam e, provavelmente, numa percentagem maior». Nesse sentido, D. Manuel disse esperar que «o exemplo da Irlanda» possa ajudar Portugal a encontrar «os caminhos da equidade» na distribuição dos sacrifícios. Na mensagem de Natal, o prelado mostrou-se preocupado com os desempregados e os trabalhadores precários: «São muitos os que entre nós não têm trabalho. Outros têm trabalho, mas a prazo ou em risco de acabar por insustentabilidade das empresas ou ainda porque não lhes garante um salário justo que permita a sustentação dos próprio e das suas famílias», constatou.

D. Manuel também não esquece os jovens diplomados que são obrigados a seguir o «caminho da emigração» e voltou a pedir medidas de apoio às empresas da região da Guarda que estão em «grandes dificuldades», que são «ainda maiores» no interior, sublinhou. «Precisamos que sejam criadas as condições necessárias para que as empresas que temos se mantenham e outras venham preencher vazios que a todos nos preocupam», reclamou, falando não só do financiamento, como também da «responsabilização de trabalhadores e empregadores». No primeiro caso, o bispo espera que se concretize a promessa de que o próximo quadro comunitário seja «predominantemente direcionado para a recapitalização das empresas existentes» e para a criação de outras, sobretudo numa região com «necessidades acrescidas e que tem sido muito desprezada».

«Neste momento de falta de esperança, a Guarda precisa de um investimento especial, de um empurrão inicial, para corrigir as assimetrias», disse D. Manuel.

D. Manuel voltou a pedir medidas para desenvolver a região

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