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Bioeletricidade

Mitocôndrias e Quasares

Um pouco por todo o Pais começam a surgir postos de carregamento para carros elétricos, procurando deste modo, incentivar a utilização de energia elétrica como forma de diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Esta politica energética é fundamental por dois fatores. Primeiro, permite diminuir as emissões de dióxido de carbono (CO2), o que permite, a Portugal, cumprir as metas estabelecidas para a quantidade de CO2 lançado para a atmosfera. Por outro, o pais diminui o défice da balança comercial portuguesa, uma vez que esta é fortemente influenciada pela importação dos derivados do crude.

Como complemento a esta politica de promoção de energias renováveis é necessário um forte investimento em investigação e desenvolvimento tecnológico, como forma de encontrar, cada vez mais, estratégias alternativas de produção. É o caso de um projeto de investigação, recentemente dado a conhecer ao público através da comunicação social, onde aos cientistas estão cada mais próximos de geradores de energia elétrica a partir de bactérias.

A base que sustenta a afirmação foi o facto de ter sido demonstrado, pela primeira vez, que os micróbios conseguem descarregar pequenas correntes elétricas através das suas estruturas.

Esta descoberta é o desbravar de terreno para se criarem máquinas ‘bioelétricas’, onde bilhões de bactérias são ligadas a elétrodos, que permitem a recolha da energia produzida por esses microrganismos.

Este processo de recolha de energia deve-se ao facto de todas as bactérias gerarem pequenas correntes de eletricidade à medida que se livram de eletrões indesejados nas células, que resultam da conversão da comida em energia. Trata-se, contudo, de uma quantidade de energia ainda relativamente baixa. Mas o estudo aponta para que se esta técnica for utilizada em bactérias que existem, por exemplo, em rios poluídos, a produção de energia elétrica pode aumentar exponencialmente, uma vez que as bactérias tem uma enorme quantidade de ‘comida’ ao seu dispor.

Os cientistas depositam muita confiança na aplicação desta tecnologia, uma vez que, ao contrario da energia eólica ou solar, não está dependente de vento ou da luz proveniente do Sol.

Este estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science apontam também, como vantagem, o facto de algumas destas bactérias poderem ser usadas para converter o lixo industrial, radioativo em eletricidade.

Esta investigação é importante porque é publicado praticamente na mesma semana que o governo alemão pondera encerrar as suas centrais nucleares até 2022, contudo, é necessário salientar que este projeto é mais uma contribuição para encontrar formas alternativas de produção de energia, não se esperando que venha a substituir a energia nuclear.

Por: António Costa

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