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Bernardo Marques compra antigas instalações da Delphi na Guarda

Empresário não revela o que pretende fazer nos cerca de 50 mil metros quadrados que adquiriu, mas adianta que o projeto deverá dar entrada na Câmara em 2015

Encerradas desde dezembro de 2010, as antigas instalações da Delphi na Guarda poderão ter nova utilização dentro de pouco tempo após terem sido adquiridas pela Bernardo Marques, Sociedade Unipessoal, empresa do ramo imobiliário, cujo sócio-gerente é o conhecido empresário que lidera também uma empresa de transportes de longo curso. O anúncio da concretização do negócio foi feito na última segunda-feira na Câmara da Guarda, após a reunião do executivo, no dia em que foi assinada a escritura de compra dos cerca de 50 mil metros quadrados de área coberta e descoberta localizados na Guarda-Gare.

Questionado sobre o que pretende desenvolver nas instalações da antiga unidade fabril, o empresário não abriu o “jogo”: «Conto com a Câmara para algum projeto que eu apresente para as instalações. Há um projeto, está a desenvolver-se, a estudar-se e será apresentado na Câmara provavelmente durante o próximo ano», indicou o empresário. Quanto à hipotética criação de emprego, Bernardo Marques sublinhou que «faremos o que pudermos e o que nos deixarem porque, às vezes, o querer não é tudo», acrescentando que «até hoje já criei muitos postos de trabalho e a intenção é criar mais alguns», sendo que, por exemplo, a empresa de transportes internacionais que lidera emprega atualmente 260 funcionários. O valor da compra não foi revelado, tal como a previsão da data em que o empresário estima que o seu investimento possa dar os primeiros passos: «O negócio foi feito em poucos dias e todo o projeto que se possa fazer não se pode concretizar em poucos dias. Temos que agora trabalhar no assunto. Quanto mais tempo demorar mais prejuízo tenho porque os encargos caem todos os dias», admitiu o empresário.

Entre tantos “segredos”, parece certo que as antigas instalações da Egifor continuarão a servir para «manutenção da frota» dos camiões da transportadora Bernardo Marques, uma vez que se trata de «projetos diferentes». Quem se mostrou bastante entusiasmado com o sucesso nas negociações foi o presidente da Câmara da Guarda, que considerou que esta era uma «primeira prenda de Natal ligada ao setor da atividade económica». Álvaro Amaro considerou que o negócio representa «uma aposta na economia e no emprego» local e reconheceu tratar-se de «uma prenda de Natal» que é dada ao concelho pela «economia privada», não deixando de confessar sentir uma «pontinha de emoção» pela concretização do negócio em virtude da Delphi ter representado «o que representou para a Guarda». O edil espera que o investimento venha a ser «um sucesso», garantindo que «nós, as entidades públicas só temos que estimular, ajudar e é isso que tenho feito e que continuarei a fazer».

Quanto ao projeto, Álvaro Amaro vaticina que «durante o ano de 2015, e essa é a margem naturalmente, será presente à Câmara», ao que o empresário se apressou a dizer que é na autarquia que o apresentará «em primeira mão».

«Acabei com os tachos»

Na reunião do executivo realizada na segunda-feira, os vereadores do PS fizeram um balanço deste ano de mandato da presidência de Álvaro Amaro e acusaram a maioria de ter optado por ter um ano de 2014 «mais de festa do que de trabalho profícuo em relação a emprego, à indústria, ao comércio ou a outra atividade» com a «desculpa de que não havia capacidade económica nem financeira para andar mais rápido».

José Igreja sustentou também que houve «uma sobrevalorização da contratação externa» por parte da Câmara, uma vez que «para tudo o que é necessário no dia a dia se contrata uma empresa fora da Câmara, ou para compor jardins ou para fazer uma festa, ou uma FIT ou um arraial». Confrontado com estas críticas, o presidente da autarquia salientou que «aproveitamos ao máximo a capacidade técnica instalada no município», assegurando que «não há nenhum projeto que seja feito fora sem que os técnicos assinem a dizer que não têm capacidade para desenvolver aquele projeto». Álvaro Amaro assegurou que «se não houver capacidade instalada internamente nós contratamos fora», recordando as 13 avenças que «rescindimos justamente para ajudar a não por nenhum dos funcionários no desemprego da fusão das duas empresas contra os 32 que eles iam por no desemprego». «Claro que acabei foi com os tachos. Não vale a pena iludir a questão. Tachos a mais e obra a menos. 13 avenças para quê?», questionou o edil. De resto, o autarca assegurou que não hesitará em «ir mais ao mercado para contratar seja o que for para aproveitarmos bem os fundos comunitários, reconhecendo não haver capacidade técnica instalada».

Ricardo Cordeiro Bernardo Marques, à esquerda, garantiu que tem intenção de criar «alguns» postos de trabalho

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