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Belmonte, terra de histórias e de museus

Terra de Pedro Álvares Cabral, a vila de Belmonte justifica plenamente as características que lhe terão dado o nome. Diz a tradição que “Belmonte” provém do lugar onde a vila se ergue (monte belo ou belo monte). No entanto, há quem lhe atribua o título de “belli monte” – monte de guerra. A história da vila surge normalmente associada à história da família dos Cabrais e dos judeus. Foi terra natal de Pedro Álvares Cabral, o navegador que, no ano de 1500, comandou a segunda armada com destino à Índia e que acabou por descobrir o Brasil. Esta Aldeia Histórica possui diversas atratividades que esperam pela sua visita.

Ecomuseu do Zêzere

O Ecomuseu do Zêzere, o espaço museológico mais antigo da vila, abriu em 2001 e dispõe de recursos digitais e de novas tecnologias, tendo sido renovado em 2005.

À entrada, é possível observar fotos de paisagens do rio Zêzere, com destaque para as paisagens do concelho atravessadas por este rio. Esta coleção compõe um mosaico que dá forma ao logótipo do Ecomuseu. Mais à frente, o visitante é convidado a interagir com um friso cronológico original que conta, em quatro idiomas, a história dos diferentes períodos geológicos do planeta e algumas das alterações ocorridas no Vale do Zêzere. Finalmente, num terceiro momento acontece uma ceifa interativa, onde se recorda a prática ancestral da ceifa manual do centeio nas margens do Zêzere. Estas novidades tecnológicas foram introduzidas pela IS2you e marcam o início da renovação do Ecomuseu de Belmonte e, posteriormente, dos restantes museus da vila, apostando na criatividade e inovação tecnológica.

Museu Judaico

Com vista à recuperação e melhoramento do centro histórico, a autarquia de Belmonte levou a cabo uma intervenção em 2005, inserida no Plano das Aldeias Históricas de Portugal. Com incidência no turismo religioso e cultural, foi implementada uma rede de museus que integra, além do Ecomuseu, o Museu Judaico e o Museu do Azeite. O Museu Judaico, instalado no edifício onde funcionou o primeiro Colégio de Belmonte, dá especial atenção aos hábitos quotidianos dos judeus portugueses, nomeadamente os referentes à alimentação, vestuário, profissões e seus utensílios, à habitação, bem como às práticas cerimoniais. É possível encontrar objetos de culto e religiosos, vestuário, instrumentos de trabalho e domésticos, livros e numerosa informação sobre a vivência desta comunidade no nosso país. Trata-se de um projeto que liga Belmonte (onde estão concentrados a maior parte dos judeus da região), Covilhã, Guarda, Fundão, Pinhel, Gouveia, Linhares da Beira, Trancoso, Celorico da Beira e Penamacor, cujos centros históricos escondem inúmeros vestígios do protagonismo dessa comunidade na região. Em Belmonte, a história dos judeus remonta ao século XIII (1297) e subsiste ainda hoje com organização e cumprindo os principais ritos religiosos.

O Museu Judaico vai ser alvo de obras de remodelação e renovação de conteúdos que deverão ficar concluídos até 26 de abril, Dia do Concelho. Até lá, será organizada uma exposição temporária noutro espaço da vila para onde serão transferidas as suas peças.

Museu do Azeite

Um novo espaço de memória e tradição abriu também as portas em 2005 para preservar as mós, as prensas, as termobatedeiras e os restantes materiais que produziram o azeite da vila até 1995.

Trata-se do Museu do Azeite, edificado no antigo lagar adquirido pela Câmara em 1991, que é, após o Ecomuseu do Zêzere e o Museu Judaico, o terceiro de cinco museus temáticos que a autarquia desenvolveu para preservar o património da vila. O principal objetivo deste equipamento é dar a conhecer ao visitante as técnicas da produção do azeite e a importância que este teve na economia local. O museu desenvolve-se em três pisos, contando no exterior com uma área de lazer, com a preservação de um olival e onde se localizam a maioria dos suportes informativos. Estamos perante um espaço multifuncional, pois no seu interior funciona um restaurante panorâmico e uma cafetaria, para além de serem abordados temas ligados à “Explicação do Processo Produtivo Local”, “Tipos de Azeite” e “O Futuro do Azeite – Experiências de Valorização”.

Museu dos Descobrimentos

Em terras de Pedro Álvares Cabral, a autarquia não podia deixar de valorizar os Descobrimentos, pelo que revitalizou o Solar dos Cabrais transformando-o num Centro de Interpretação dos Descobrimentos.

Desde 2008, Belmonte usufrui de um novo espaço museológico “À Descoberta do Novo Mundo”, que representa uma homenagem da autarquia a um dos principais descobridores lusos e senhor da vila. Como não poderia deixar de ser, o novo museu nasce no histórico Solar dos Cabrais, um edifício construído no século XVIII que foi a segunda residência da família Cabral para substituir o Paço do Castelo que havia sido afetado por um incêndio. O equipamento tem por base a Descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral no ano de 1500, sem esquecer todos os aspetos relacionados com a Época dos Descobrimentos. Trata-se de uma verdadeira viagem ao século XV, onde o visitante pode contemplar, de forma interativa e com o recurso às novas tecnologias multimédia, as músicas, a paisagem, o clima, os costumes e tradições da época, tanto portuguesas como brasileiras.

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