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Beiras e Serra da Estrela: oportunidade perdida**

Opinião – O que esperar de 2017

No arranque deste ciclo autárquico criamos imensas expetativas em torno de uma nova Região que acabava de ser criada: a CIM Beiras e Serra da Estrela.

Era colocado o desafio de nós próprios mostrarmos que sabíamos liderar o nosso próprio destino, ou pelo menos naquilo que nos estava a ser permitido. Esta era a altura de fazer a diferença, mostrar que as razoes da nossa “interioridade “ não eram internas.

Acreditámos que podíamos ter uma região unida, onde os grandes desafios seriam liderados por nós com antecipação e não impostas por um poder central e pelos números frios da nossa realidade.

Acreditámos na criação de um novo formato urbano onde as principais cidades formariam uma “metrópole” e estariam ligadas por redes regionais de transportes, inovação, conhecimento (que iria permitir a mobilidade de pessoas, bens e conhecimento).

Acreditámos que, assim, pudéssemos ter uma só Universidade (com faculdades em cada cidade), um Centro Hospitalar com valências distribuídas pelo território, uma Agência para a inovação e internacionalização e tantos outros projetos comuns que nos uniriam em torno de uma verdadeira Região.

Passados três anos aqui estamos à espera que o poder central, mais uma vez, decida friamente por nós.

Este será mais um ano perdido?… Tempo de eleições onde, cegamente, os “umbigos” de cada um serão o mais importante.

A região perde assim dias, meses e anos de oportunidades estando agora a ser atropelada por um tempo que não para, por uma realidade cada vez mais cruel…

Queremos continuar a acreditar que um dia nós mesmos sejamos capazes de decidir o nosso destino, mas para isso teremos de mudar, a começar por nós…

Pedro Tavares

Presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda

** Título da responsabilidade da redação

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