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Barómetro Social dos Municípios do Centro-Interior: Desemprego baixa em Fevereiro de 2017

Segundo as estatísticas oficiais (IEFP/MESS) de janeiro de 2016 para fevereiro de 2017 (13 meses) o número de desempregados do Continente inscritos nas listas do IEFP reduziu-se 78830 o que corresponde a menos 14.7% dos inscritos no primeiro mês do ano passado (2016). De facto, os desempregados totais eram 536750 e passaram a ser 457920, os -78830 já referidos. No mesmo período os desempregados da Região Centro reduziram-se 19.2% passando de 78594 para 63486, logo -15108.

Durante o mesmo mês (fev17) nos municípios do interior da Região Centro incluindo nela a Beira Alta, o concelho que continua com mais desempregados é Viseu com 4805 trabalhadores, valor que representa uma redução de 12.8% (-705 inativos) face a janeiro de 2016 (5510). Se nos cingirmos apenas à Beira Centro-Interior que engloba os distritos da Guarda e C. Branco, o município que tem mais desempregados continua a ser, como tem sido habitual de há uns tempos a esta parte, o da Covilhã com 2512 inscritos nas estatísticas em fev/2017, apesar de ter conseguido reduzir o desemprego em 653 unidades (-20.6%) já que antes tinha 3165. Segue-se C. Branco com 2068 que reduziu 785 pessoas (-27.5%). Por sua vez a Guarda não assegura emprego no segundo mês deste a ano a 1802 pessoas, mas conseguiu reduzir 292 unidades (-13.9%) em relação a jan2016. Segue-se por ordem decrescente de desempregados o Fundão com 1320, -365 pessoas. Vem depois Seia com 974, uma redução em 13 meses de 199 pessoas e -17.0%. Gouveia 583 desempregados +5 do que em jan16 (+0.9%), um dos 5 concelhos da região que viu o seu desemprego aumentar. Seguindo por ordem decrescente vem I. Nova com 446 (-13 pessoas ou ainda -2.8%). Belmonte tem 375 desocupados (-71 pessoas ou -15.9%). O 9º concelho com mais desempregados no 2º mês deste ano é o Sabugal com 357 pessoas mas que em jan/2016 tinha 366 (-9 pessoas ou -2.5%% de inscritos nas listas dos que não trabalham). C. Beira passou de 365 para 344 (-21 pessoas ou -5.8%) sem trabalho. FC Rodrigo passou de 232 para 275 (+43 pessoas ou +18.5%) sem trabalho. Trancoso com 239 desempregados em fev2017 quando em jan/2016 tinha 272, logo baixando o desemprego em 33 pessoas, o que representa -12.1% face ao mês inicial. Proença passou de 226 para 234 (+8 pessoas ou +3.5%) sem trabalho. Pinhel passou de 296 para 220 (-76 pessoas ou -25.7%) sem trabalho. Penamacor com 208 desempregados face aos 191 de jan 17 aumentou 17 ou +8.9%. Fornos tinha em fev/17 cerca de 200 inativos ou seja +1 pessoa do que em jan/2016 com 199. Aguiar da beira com 181 desempregados tem -20 do que há 13 meses (201) ou seja -10.0%. Almeida passou de 168 desempregados para 160, logo reduziu 8 face aquele valor. Por sua vez Manteigas tinha em fev/17 cerca de 123 desocupados contra os 227 de há 13 meses, ou seja, -104 ou em termos percentuais, -45.8%. Oleiros, Meda e VV Ródão apresentam 112, 86, 76 desempregados em fev2017 quando em jan/2016 tinham 148, 119 e 98, respectivamente.

Podemos assim dizer que em termos absolutos a Covilhã é o concelho com mais desempregados desta região Centro-Interior e que a seguir vêm por ordem decrescente do número total de desempregados C. Branco, Guarda, Fundão, Seia, Gouveia, I. Nova, Belmonte, Sabugal, C. Beira, FC Rodrigo, Trancoso, P. Nova, Pinhel, Penamacor, F. Algodres, A. Beira, Almeida, Manteigas, Oleiros, Meda e VV Ródão. Vê-se desta ordenação que os municípios com mais gente são também os que têm mais desempregados e os menos povoados os que têm menos gente sem trabalho. Outro apontamento curioso é que no ano anterior a ordenação era sensivelmente a mesma com pequenas alterações. De referir ainda que em termos relativos (ou %), com 5 exceções, FC Rodrigo, Penamacor, P. Nova, Gouveia e Fornos, que viram os seus desempregados aumentar 18.5%, 8.9%, 3.5%, 0.9% e 0.5%, respectivamente, todos os outros os viram decrescer com destaque para Manteigas (-45.8%), Meda (-27.7%), C. Branco (-27.5%), Pinhel (-25.7%), Oleiros (-24.3%), VV. Ródão (-22.4%), Fundão (-21.2%) e Covilhã (-20.6%), Seia (-17%) e Belmonte, todos reduzindo mais em termos relativos que a média do continente (-14.7%). Os restantes concelhos que reduziram também o desemprego, mas menos que a média do Continente foram a Guarda (-13.9%), Trancoso, A. Beira, C. Beira, Almeida, I. Nova e Sabugal (-2.5%). De qualquer forma todos estes municípios estão de parabéns por terem conseguido absorver algum do desemprego registado treze meses antes e de forma algo significativa.

Se quisermos comparar o desempenho, em termos de absorção do desemprego municipal, destes concelhos com os valores Nacionais e da Região Centro teremos que concluir que tiveram melhores performances que o Continente (que também baixou em média o desemprego em -14.7% entre jan2016 e fev17), os concelhos de Manteigas, Meda, C. Branco, Pinhel, Oleiros, VV Rodão, Fundão e Covilhã. Por sua vez Seia e Belmonte estiveram aquém da média da R. Centro mas melhor que a média nacional. A média da Região Centro, que ficou entre a Covilhã e Seia neste indicador, também reduziu mais o desemprego do que o Continente (-19.2% contra -14.7%). Pode ainda dizer-se que tiveram piores desempenhos que o Continente em termos da absorção do desemprego os municípios da Guarda, de Viseu (Beira Alta), e os seguintes municípios da Beira Centro-Interior: Trancoso, Sabugal, A. Beira, C. Beira, Almeida, I. Nova e Sabugal. Merecem ainda destaque, e pela negativa, FC Rodrigo, Penamacor, P. Nova, Gouveia e Fornos uma vez que não só não conseguiram reduzir os níveis de desemprego como ainda viram o nº de pessoas sem trabalho crescer no período de treze meses 18.5%, 8.9%, 3.5%, 0.9% e 0.5%, respectivamente.

Para terminar podemos dizer que a maioria dos municípios da Beira Centro-Interior, bem como o país e a Região Centro, estão no bom caminho em termos de absorção dos elevados níveis de desemprego, porque reduziram o número de pessoas sem ocupação de jan2016 para fev2017. Contudo, apesar do saldo positivo em termos de criação versus desaparecimento de empresas nos dois distritos do interior e até no país (+ nascimentos e – fechos de empresas) não temos a certeza absoluta de que isso corresponda efetivamente a mais postos de trabalho criados já que também pode ter acontecido o número de empregos criados ser pouco expressivo. Acresce ainda que essa redução dos níveis de desemprego pode ser resultado da emigração de alguns dos anteriormente inscritos nas estatísticas para fora da região ou para o estrangeiro, deixando assim de constar nas tabelas locais de desemprego. Estes números, muito animadores, convém frisar, continuam, contudo, a ser preocupantes porquanto o emprego criado está ainda muito abaixo de que seria preciso para absorver as centenas de milhar de jovens e menos jovens portugueses que tiveram que emigrar para procurar fora o almejado emprego que o seu madrasto país não lhes consegue oferecer.

Por: José Ramos Pires Manso

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