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Banda da Covilhã dá música há quase 61 anos

Aquisição de uma viatura é a grande prioridade da colectividade

Há quase 61 anos que a Associação Recreativa Musical Covilhanense “Banda da Covilhã” dá música e leva o nome da cidade aos quatro cantos do país. Fundada em Dezembro de 1944, a “Banda da Covilhã”, como é vulgarmente designada, continua em permanente actividade apesar de ser «cada vez mais difícil atrair os jovens», lamenta o presidente da colectividade António Santos Silva. «Dantes, fazer parte de uma banda era um orgulho pessoal, mas agora já não é assim. A juventude está um pouco afastada e não liga muito às bandas filarmónicas», desabafa.

Uma realidade comprovada pelo número de elementos, que vai diminuindo com os anos. «Dantes havia 60 ou 70 elementos, agora, somos 32», constata o dirigente, regozijando-se, no entanto, com a «convivência saudável» entre todos, quer tenham 9 ou 65 anos. Para já, o grande objectivo da colectividade é adquirir uma viatura de nove lugares para atrair os mais novos para a Escola de Música. «Se tivermos uma carrinha que vá recolher os miúdos a casa e que os leve no final dos ensaios, os pais já terão mais abertura», aponta, lembrando os «esforços» levados a cabo nas escolas e infantários para captar mais elementos. Um trabalho que se deve em grande parte ao maestro Duarte André, que aqui iniciou a sua actividade musical aos 8 anos. É ele que tem conduzido quase todos os actuais elementos nos primeiros solfejos para mais tarde serem integrados no corpo da banda. Para além disso, persiste a necessidade de actualizar o fardamento e os instrumentos, que já têm alguns anos.

Apesar dos tempos não serem os mais favoráveis, António Santos Silva orgulha-se de ver a banda «sobreviver» a todas as vicissitudes que tem enfrentado, nomeadamente o incêndio de Maio de 1992 que reduziu a antiga sede, na Rua Senhor da Paciência, e todos os instrumentos a cinzas. Foi então que a colectividade se mudou para as actuais instalações, cedidas pela autarquia, e pôde sair de novo à rua. Embora as actuações aconteçam mais durante o Verão, o responsável destaca a participação da banda em todas as comemorações institucionais na Covilhã, como o 25 de Abril ou o Dia da Cidade. Um trabalho de «mérito», tendo em conta que «já há poucas cidades do país com bandas filarmónicas. Existem muitas nas vilas e aldeias, mas nas cidades contam-se pelos dedos», sublinha António Santos Silva. Uma persistência que a própria autarquia reconheceu há uns anos ao condecorar a “Banda da Covilhã” com o galardão de Mérito Municipal.

Liliana Correia

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