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Automóveis

Saliências

As cidades velhas confrontam-se sempre com o problema dos lugares de estacionamento. Foram criadas ainda não havia carros e por isso não têm estradas, não há silos e sobretudo não há passeios que aguentem tanto magarefe. Estacionar é dificílimo em Atenas, Lisboa e Hamburgo, não se tratando de um problema Nacional. Temos de descobrir soluções para estes animais que roncam e poluem. Não há sinais de se querer abdicar deles e aparentemente cada dia são mais confortáveis, mais bonitos, mais potentes e cada vez demora mais a andar com eles. Há um tráfico que já permite andar mais depressa a pé. Pela tese do Big-bang só diminuímos os automóveis quando forem tantos que não nos podemos mover nas ruas. Não parece uma situação longínqua. Há quem deseje fazer silos e outros que pretendem impedir os carros de entrar nos centros históricos. Confesso que estas últimas são as melhores cidades onde estive. Os automóveis são um assunto do futuro que será seguramente resolvido com a intolerância com que hoje se abordam os fumadores em alguns países europeus. Os automobilistas são uma praga imensa. Ocupam os parques, os passeios, as entradas, as passadeiras. Mas também não se vê uma política que os desincentive, que os substituam. Há nisto um monumental poder industrial. Vários poderes num só. Os donos do petróleo e da gasolina, os produtores de carros, os políticos e mais tanta outra gente vivem deste consumo.

Por: Diogo Cabrita

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