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Auto-escada para a Covilhã no próximo Orçamento de Estado

Compromisso foi assumido pelo secretário de Estado da Administração Interna nas comemorações dos 130 anos dos bombeiros locais

Após duas décadas de espera e promessas, os Bombeiros Voluntários da Covilhã vão ser contemplados no próximo Orçamento de Estado com a ambicionada plataforma giratória (auto-escada). O compromisso foi assumido no último domingo por Ascenso Simões, secretário de Estado da Administração Interna, durante as comemorações dos 130 anos da corporação, salientando tratar-se de uma vontade de José Sócrates e de pedidos «sistemáticos» de Carlos Martins (assessor para os assuntos regionais), bem como do deputado do PS pelo distrito Victor Pereira.

«Olhando para o mapa nacional da distribuição das auto-escadas, percebemos que houve uma distribuição irregular e por vezes injusta», reconheceu Ascenso Simões, para quem a política levada a cabo «não era assente em critérios pré-determinados ao longo de muitos anos», apontou. Daí considerar ser necessário recorrer a «novas políticas ao nível do reequipamento» dos bombeiros para que a corporação covilhanense seja também «valorizada nas operações e na protecção e socorro aos cidadãos do distrito», salientou. Tanto mais que, após uma reunião com o segundo comandante dos BVC, o governante percebeu que este era «um equipamento necessário». Recorde-se que em Janeiro passado – após a dissolução da Assembleia da República –, o anterior secretário de Estado, Paulo Pereira Coelho, prometeu o equipamento «até ao final deste ano», apesar do cepticismo do comandante dos bombeiros, José Flávio, visto tratar-se de uma promessa de um Governo de gestão.

Antes do anúncio de Ascenso Simões, José Flávio pediu apenas «justiça e solidariedade» para com os bombeiros que comanda, lembrando que os voluntários da Covilhã continuam a utilizar escadas de ganchos de 15 quilos para subir a prédios com mais de dez andares. A necessidade da auto-escada foi, aliás, o tema principal da simulação de salvamento no Parque Hotel, com dez andares (30 metros de altura). Por sua vez, o presidente da Associação Humanitária dos BVC, Emídio Martins, lembrou ainda ao governante a necessidade de dotar a corporação com novas viaturas e novas instalações para a secção do Paúl, para além da ampliação do actual quartel na cidade. «Cada coisa no seu tempo», respondeu aos jornalistas o secretário de Estado, acrescentando que apenas promete aquilo que pode cumprir. No entanto, enalteceu o trabalho dos “soldados da paz” e anunciou que o Ministério da Administração Interna está a preparar uma reforma do estatuto do bombeiro, um novo regime financeiro para as corporações e um plano de formação.

Liliana Correia

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