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Autarca socialista defende corte de 20 por cento no ordenado dos políticos

Presidente da Junta de São Pedro (Trancoso) escreveu a José Sócrates para pedir a extinção dos «milhares» de lugares de nomeação política e de institutos públicos

O primeiro-ministro e o ministro das Finanças deviam «dar o exemplo» e cortar «20 por cento do ordenado dos políticos e dos nomeados políticos», sugere o presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, em Trancoso.

«Essa seria uma medida justa, de alcance razoável, e, sobretudo, de grande impacto político e também de conformação social. Seria uma medida exemplar e contribuiria, decisivamente, para limpar a imagem que a maioria das pessoas tem dos políticos que nos têm governado nos últimos anos», afirma Eduardo Pinto, numa missiva enviada a José Sócrates na semana passada. No documento, a que O INTERIOR teve acesso, socialista não se conforma com a redução dos salários dos funcionários públicos e com os cortes anunciados nas prestações sociais e no Rendimento Social de Inserção (RSI).

«Os sacrifícios serão, mais uma vez, para os mesmos, os de sempre, aqueles que menos têm e a quem já pouco resta. O que temos visto é que o actual Governo – à semelhança dos anteriores – é apenas forte com os mais fracos, mostrando-se incapaz de, por uma vez, afrontar os mais fortes, aqueles que, por opção ou omissão, são os verdadeiros responsáveis pela actual crise», critica.

O autarca aponta o dedo à classe política, aos banqueiros e à alta finança, mas pede que sejam extintos «os milhares de lugares e de centenas de entidades, desde institutos a empresas municipais, que pouco ou nada fazem, e que custam muito caro ao Orçamento». Eduardo Pinto afirma não ser possível aceitar «a justiça» dessas medidas e conviver com «o esbanjamento de dinheiros públicos para manter milhares de “boys”, do PS e do PSD, em milhares de gabinetes, desde ministeriais até municipais, passando por institutos, fundações, empresas municipais, etc». Por isso, o militante socialista anuncia que se juntará àqueles que, nos próximos tempos, vão protestar contra essas medidas «gravosas».

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