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Aumentos da água geram controvérsia na Covilhã

Vítor Reis Silva acusou autarquia de aplicar novo tarifário «pela calada», enquanto Carlos Pinto justifica novos preços com a necessidade de «equilíbrio»

O aumento da factura da água foi um dos assuntos que gerou mais discussão na última sessão da Assembleia Municipal (AM) da Covilhã, realizada na sexta-feira. Na reunião, em que foi aprovado o novo regulamento da Central de Camionagem, assistiu-se ainda a um esgrimir de argumentos entre Carlos Pinto e o deputado socialista Nelson Silva a propósito da atribuição da Medalha de Ouro de Mérito Municipal e das Chaves da Cidade ao Presidente da República nas celebrações dos 140 anos da Covilhã.

O aumento da água foi levantado pelo comunista Vítor Reis Silva, que disse «não se entender que se tenha penalizado os consumidores pela calada e sem aviso prévio». Considerou ainda que este «novo e brutal aumento», na ordem dos «oito por cento», abrange «os primeiro e segundo escalões dos consumidores domésticos, que são a esmagadora maioria da população». Pelas suas contas, um consumo de cinco metros cúbicos terá um aumento de 24 por cento, sendo que «só a componente do tratamento e conservação de esgotos sobe 135 por cento no segundo escalão». Por isso, o deputado do PCP pediu explicações sobre estes aumentos e ironizou, perguntando se a Águas da Covilhã estava «em situação económica difícil». Confrontado com estas críticas, o presidente do município avisou que «ninguém conte com demagogia» na gestão municipal, acrescentando que «é a demagogia que está em voga noutros lados que levou a que a Águas do Zêzere e Côa tenha uma dívida de 10 milhões e esteja falida».

No mesmo tom, Carlos Pinto sublinhou que, quando as novas tarifas forem aprovadas, «a AdZC vai aumentar os preços para o dobro». E assegurou que «a tranquilidade sobre a Águas da Covilhã é total para os próximos 10,15, 20 anos. A razão dos aumentos é essa. Dói-me o coração, como diz o primeiro-ministro, mas o equilíbrio a isso obriga», declarou. O edil lembrou que a «AdC não é lucrativa» e que os tarifários praticados pretendem «manter minimamente o equilíbrio daquela casa», realçando que «o preço do metro cúbico não atinge 70 por cento do custo real». Antes da ordem do dia, Nelson Silva (PS) quis saber o motivo por que Cavaco Silva vai ser agraciado com os dois galardões mais importantes do município. Na resposta, Carlos Pinto justificou com a construção do eixo TCT, do pavilhão da ANIL e da Central de Camionagem, obras aprovadas nos Governos do actual chefe de Estado. «E mesmo que não tivesse feito nada disso, não deveria ter colocado em causa essa distinção porque é o Presidente da República», sublinhou.

A AM aprovou ainda o regulamento da Central de Camionagem da Covilhã e Transporte de Passageiros da Zona Urbana, que passou por maioria, com 13 abstenções dos eleitos do PS, PCP e BE. Carlos Pinto explicou que o documento «fica em sintonia com a entrada em vigor da nova concessão e do Plano de Urbanização da Grande Covilhã».

Ricardo Cordeiro Presidente da Câmara da Covilhã avisou que «ninguém conte com demagogia na gestão municipal»

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