Arquivo

«Aumento do IVA vai esmagar interior»

Miguel Cadilhe disse na Guarda que «a situação deplorável das finanças deve-se ao centralismo»

Está aí, finalmente, o “Livro Branco para o Desenvolvimento do Distrito da Guarda”, prometido em 2007 pela Distrital do PSD. O lançamento da publicação, que contém as principais conclusões dos oito debates promovidos pelo Conselho Estratégico entre 2008 e 2009 sobre economia, turismo, ambiente, educação, cultura, desporto e lazer, foi apadrinhada por Francisco Pinto Balsemão, Fernando Carvalho Rodrigues, Miguel Cadilhe e… a queda do Governo Sócrates.

«Este livro deve ser considerado um ponto de partida e um contributo para os decisores locais, regionais e nacionais assumirem o desenvolvimento do interior», disse Álvaro Amaro. O presidente da distrital social-democrata voltou a insistir que esta é «uma questão nacional», sendo necessário «clamar por medidas públicas ativas mais corajosas», pois os municípios desta zona do país «não têm o mínimo de igualdade de oportunidades para fixar populações ou empresas». Nesse sentido, o ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe avisou que o eventual aumento do IVA – anunciado na véspera pela cúpula do PSD para combater a crise – será como «um cilindro que esmaga todo o interior junto à fronteira», tendo em conta o valor do mesmo imposto na vizinha Espanha. Dizendo-se contra esta opção, o economista defendeu que será «mais recomendável cortar na despesa pública em vez de subir impostos».

Miguel Cadilhe também surpreendeu tudo e todos ao defender a regionalização com o argumento de que a descentralização política «até pode ser boa para as finanças públicas». Na sua opinião, «a situação deplorável das finanças deve-se ao centralismo e talvez estivessem melhores se tivéssemos tido descentralização». Por sua vez, Francisco Pinto Balsemão disse que «não só persiste, como cresceu, a ideia de que há dois países», uma situação que «é preciso combater». O militante número 1 do PSD e antigo primeiro-ministro, cuja família é originária da Guarda, acrescentou que o “Livro Branco” apela «às sinergias e à convergência entre pessoas e autarquias» para o desenvolvimento da região, tendo destacada a importância do «turismo de afetos».

Já Carvalho Rodrigues, natural de Casal de Cinza (Guarda), comparou a situação atual com o período das invasões francesas e desafiou os portugueses a transformarem-se «em guerrilheiros contra a crise». De resto, o cientista constatou que a política do Estado tem sido «de terra queimada» em relação ao interior do país.

Luis Martins Balsemão, Cadilhe e Carvalho Rodrigues apadrinharam o “Livro Branco para o Desenvolvimento do Distrito da Guarda”

«Aumento do IVA vai esmagar interior»

Sobre o autor

Leave a Reply