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Aumento do capital social da PLIE não gera unanimidade

Acionistas privados adotam posições divergentes e Câmara pretende ficar apenas com 37 por cento

A posição dos acionistas sobre o aumento do capital social da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda para 1,5 milhões de euros não é unânime. O INTERIOR ouviu a posição de três parceiros guardenses sobre a proposta do município, que pretende ficar apenas com 37 por cento do capital social,e um mostrou-se a favor, outro contra e o terceiro ainda não tem uma posição definida.

A Gonçalves & Gonçalves, Lda, que para além de acionista integra o Conselho de Administração da PLIE, vai «acompanhar o aumento do capital social», mantendo «a posição que já tínhamos assumido», indica o administrador do grupo. Rui Gonçalves considera que este passo é «positivo e crucial para o desenvolvimento com êxito do projeto». De resto, apesar do projeto ter «passado por vários momentos e vários processos», continua a acreditar «na viabilidade da PLIE», uma vez que defende que a Guarda «tem uma localização geográfica que, quase obrigatoriamente, remete para o sucesso da capacidade logística da cidade». Posição bem diferente tem o presidente do Nerga – Associação Empresarial da Região da Guarda, para quem o aumento do capital social «não faz sentido perante tudo o que se passa».

«Não há um plano estratégico de futuro para aquela zona e se a Câmara o tem, lanço o desafio para o mostrar», sublinha Pedro Tavares. Para o empresário, «depois de gorado o primeiro aumento do capital» e de ter «começado a vender terrenos, a autarquia tem que dizer o que quer fazer porque neste momento ninguém sabe». Assim, na sua opinião, «enquanto não houver uma estratégia oficial para o futuro da PLIE, o Nerga não se pronuncia», até porque neste momento «estamos perante uma sociedade que não tem terrenos», recorda. Além disso, lamenta que se esteja «há 10 anos à espera de um plano estratégico. O “deixa andar” tem sido uma constante da Câmara. De iniciativa empresarial a PLIE deveria ser assumida pela Câmara para dinamizar aquele espaço», sugere.

Já a Associação Comercial da Guarda ainda vai reunir para decidir a posição a adotar. Vítor Nunes, vice-presidente da instituição, indica que «estamos um pouco dependentes da convocatória para a Assembleia-Geral da sociedade [ainda sem data conhecida] para marcarmos uma reunião de direção da ACG para debatermos o assunto». Recorde-se que a proposta da autarquia de aumento do capital por parte do acionista município na sociedade PLIE foi aprovado por maioria na última reunião da Assembleia Municipal realizada a 29 de abril.

Ricardo Cordeiro Presidente do Nerga reclama que «estamos há 10 anos à espera de um plano estratégico de futuro» para a PLIE

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