O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social assegurou hoje que «a idade da reforma não voltará aos 65 anos. Não é possível com estes dados da esperança média de vida». Para Vieira da Silva a sustentabilidade da Segurança Social é «um tema que deve ser valorizado» e assenta em três dimensões que devem ser analisadas em conjunto: dimensão da sustentabilidade financeira, sustentabilidade económica e sustentabilidade social.
A esperança média de vida está atualmente nos 85 anos, mais 20 que a idade da reforma, o que é «um bem para a sociedade», mas um «desafio sério» para o sistema da Segurança Social.
O ministro assumiu que a conjuntura económica agrava os riscos a longo prazo no sistema da Segurança Social e, por isso, defendeu que para enfrentar as dificuldades há que aproveitar as oportunidades.
«Há 1,5 milhões de portugueses em idade ativa, mas estão inativos. Bastava que esses tivessem condições de ingressar no mercado de trabalho para ser uma grande ajuda para a Segurança Social», referiu.
O ministro participou hoje num debate em Oeiras sobre “Sustentabilidade da Segurança Social”, onde a Caixa Geral de Aposentações foi o tema central. «Pouca coisa teve impacto na economia como os efeitos negativos dos cortes nas pensões. Felizmente que o Tribunal Constitucional reconheceu esse erro», acrescentou.
O ministro foi ainda elogiado pela «coragem» de voltar a tutelar a pasta da Segurança Social, depois de o ter feito aquando da governação de José Sócrates.
«Não é muito comum em Portugal e tenho a noção dos riscos, mas com as condições em que me foi feito o convite não tinha como dizer que não», concluiu Vieira da Silva.