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Atmosfera – I

mitocôndrias e quasares

Pouco depois da formação, há cerca de 4500 milhões de anos, a Terra poderá ter sido semelhante ao Júpiter actual ou a outros três planetas gigantes, com uma espessa camada de gases a rodear um núcleo muito denso. No passado da Terra, grande parte desta atmosfera original veio a perder-se tendo sido, possivelmente, objecto de combustão durante um período de grande actividade solar

Esta teoria é apoiada pelo facto de, em comparação com a sua abundância cósmica, os gases raros apenas existirem em quantidades infinitesimais na atmosfera actual.

A atmosfera secundária

Em vez de gases cósmicos, desenvolveu-se uma atmosfera secundária derivada da própria Terra. Durante muitos milhões de anos, após a sua formação, a superfície da Terra esteve provavelmente liquefeita e, mesmo que uma fina camada de crusta exterior se tenha solidificado, a actividade vulcânica era incessante. Durante este período de grande actividade, as rochas libertaram grandes quantidades de gases, entre os quais: azoto, amoníaco, monóxido de carbono e vapor de água, através de uma mistura semelhante à expelida, actualmente, pelos vulcões e fumarolas. Como os modernos gases vulcânicos, pensa-se que a atmosfera primitiva contivesse apenas vestígios de oxigénio, pelo que teria sido venenosa para quase todas as formas de vida moderna.

A fotossíntese e o oxigénio

A Terra arrefeceu lentamente e, quando a temperatura desceu menos de 100ºC, o vapor de água da atmosfera condensou-se e caiu sob a forma de chuva que encheu as concavidades e criou lagos e mares. Nestas águas, a profundidades superiores a dez metros (o limite de penetração da radiação ultravioleta mortal), desenvolveram-se as primeiras plantas primitivas. Eram provavelmente algas e, segundo o registo fóssil, apareceram há aproximadamente 3000 milhões de anos. Produziam o seu próprio alimento por meio da fotossíntese – a luz converte matéria inorgânica com a água e o dióxido de carbono em matéria orgânica mais complexa como açúcar – e libertavam o oxigénio, um subproduto da fotossíntese para a atmosfera.

No ar, as moléculas de oxigénio eram decompostas por radiação em átomos simples que, combinados entre si originaram o ozono. Este, por sua vez é um gás instável, cujas moléculas absorvem radiação ultravioleta.

A atmosfera actual

Os principais gases da atmosfera actual são o azoto (78,09%), o oxigénio (20,95%) e o árgon (0,93%). Os restantes 0,03 % são constituídos por dióxido de carbono, quantidades muito pequenas de néon, hélio, ozono e hidrogénio, vestígios ínfimos de crípton, metano, xénon e outros gases. Um outro constituinte muito importante da atmosfera é o vapor de água, que constitui 4% da atmosfera, em volume e 3% em massa. A atmosfera também contém minúsculas partículas de sal, fumo, poeira e poluição produzida pelo homem. A poeira vulcânica lançada para a atmosfera, para zonas muito superiores aos diversos processos meteorológicos que poderiam devolvê-la à superfície, poderá conservar-se aí durante muitos anos.

A composição atmosférica é relativamente constante até 50 km acima da superfície da Terra, com excepção do ozono e do vapor de água. Este forma-se na superfície da Terra e a sua concentração diminui com a altitude, encontrando-se quase ausente para além dos 10 a 12 km.

Por: António Costa

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