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Atividades desportivas e culturais ocupam férias dos mais novos

Quase três centenas de crianças e jovens guardenses dos 6 aos 16 anos participaram nos programas semanais organizados pela Câmara da Guarda e pelo IPG. Os objetivos são idênticos mas os custos, à partida, são bem diferentes.

Esta deveria ser a última semana das “Férias Ativas” – da Câmara da Guarda – e das “Férias Desportivas” – do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) –, mas o número de inscritos ficou aquém do necessário. No total, apenas seis das nove semanas previstas se cumpriram, já que o mínimo de inscritos não foi atingido numa semana da Câmara Municipal e em duas do IPG. No entanto, ambas as entidades consideram que o balanço é positivo.

As “Férias Ativas” arrancaram no dia 24 de junho, contando com a adesão de perto de 200 crianças e jovens no total das quatro semanas organizadas, sendo o limite máximo de 50 participantes por semana. O programa apresentava um “esqueleto” similar nas diferentes datas, com ações divididas pelo Pavilhão de São Miguel, o Parque Urbano do Rio Diz, o Estádio Municipal, as Piscinas Municipais e as praias fluviais de Aldeia Viçosa e Valhelhas. Com atividades de segunda a sexta-feira, estas férias compreendiam jogos desportivos, atividades lúdicas e desportivas, oficinas e ateliês, jogos tradicionais, e ainda um acampamento em Valhelhas. «Não são atividades desprendidas, mas sim culturais, ambientais e recreativas, que visam diversificar a aprendizagem», disse Luís Venâncio, do pelouro de Desporto da Câmara da Guarda, a O INTERIOR. «O convívio é importante, já que a maioria não se conhece e acaba por fazer novos amigos», defende.

A ocupação dos tempos livres dos mais novos, que por vezes acabam por «ficar a ver televisão ou a jogar», é o principal objetivo desta iniciativa, que procura dar resposta aos jovens que não têm que fazer. O balanço «é bastante satisfatório, tivemos grupos consideráveis e correu dentro das expetativas», indicou Luís Venâncio. Nem o facto de as atividades terem “fechado portas” mais cedo desanima o responsável: «Para esta semana tínhamos meia dúzia de inscrições, pois as pessoas começam a ir de férias e não procuram estas atividades», considera.

Por sua vez, o IPG iniciou as “Férias Desportivas” no dia 1 de julho, tendo participado, no total, cerca de 90 crianças e jovens. Tendo em conta o programa inicial, as atividades só deveriam terminar amanhã, mas estas não se realizam desde o dia 13, por não ter sido atingido o mínimo de inscritos. «Quem se tinha inscrito numa das semanas que não se realizou pôde transferir-se para outra», adiantou Maria João Silva, do Gabinete de Formação, Cultura e Desporto. Apesar de tudo, o balanço é positivo: «Temos um limite máximo e as semanas que abrimos estiveram cheias, pelo que o balanço é positivo», atesta a responsável.

As semanas promovidas pelo IPG incluíam jogos desportivos, piscina, um “Parque Aventura”, um dia na praia fluvial de Aldeia Viçosa, acampamento no instituto entre quinta e sexta-feira e visitas aos bombeiros, à Sé e à Torre de Menagem. Com programa de segunda a sábado – sendo o último dia reservado para atividades com os pais e uma gala –, o “palco principal” acabou por ser o próprio IPG. «Tentámos fazer a maior parte das atividades dentro, pois temos recursos materiais e humanos», frisa Maria João Silva, acrescentando que «vamos onde os miúdos gostam mais, como a praia fluvial, e este ano tivemos também visitas, pelo que se pode dizer que são férias culturais e desportivas». O objetivo, esse, é «trabalhar com a comunidade e oferecer um espaço aos pais que não têm onde deixar os filhos, até porque temos funcionários e professores nessa situação», informa.

Férias do IPG custam o dobro

Há muitos aspetos que aproximam os programas desenvolvidos pela Câmara da Guarda e pelo IPG, mas as diferenças começam logo no preço. As “Férias Ativas”, da autarquia, custavam 25 euros por semana, sendo que este valor podia descer até aos 17,50 euros para jovens do primeiro escalão da ação social escolar, havendo ainda descontos para o segundo escalão e para irmãos. Já no IPG, o custo das “Férias Desportivas” era único e atingia os 50 euros. Por um lado, o programa da Câmara tinha a duração de cinco dias, incluindo o almoço de quinta e sexta-feira, acompanhamento, material de apoio e seguro. A “semanada” do IPG compreendia, por sua vez, acompanhamento, material de apoio, seguro e refeições, todos os dias com exceção de um almoço, terminando na tarde de sábado.

Segundo Luís Venâncio, «uma das preocupações foi a criação de uma tarifa ao alcance de vários agregados familiares». Para o responsável, a diferença reside na «componente social para a comunidade que a Câmara Municipal tem e que pode levar a preços mais baixos em relação a outras entidades». Contudo, «estas atividades têm custos, pelo que quem faz mais caro pode nem cobrir a despesa», avisa. Já Maria João Silva destaca as condições que o IPG disponibiliza, nomeadamente «reforços alimentares, água e almoço». «Se calhar há pessoas a fazer contas e a ver que não é assim tão caro», considera, acrescentando que «podem acabar por gastar mais noutros lados. Também abrimos cedo e fechamos tarde, dando essa mais-valia aos pais».

Sara Quelhas A atividade física foi privilegiada nas “Férias Ativas” O IPG organizou visitas culturais à Sé e Torre de Menagem

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