Arquivo

Associação reclama correcção do traçado da linha da Beira Baixa

Só a eliminação de curvas permitirá aumento da velocidade, garante a 6 de Setembro

A Associação 6 de Setembro, constituída por amigos da Linha Ferroviária da Beira Baixa, pediu esta semana que o traçado daquela via seja corrigido durante as obras de modernização em curso, a cargo da REFER. «Caso contrário, vamos ter comboios eléctricos a velocidades do século passado», alerta o presidente daquela associação.

Segundo Hélder Bonifácio, as obras previstas, «salvo raras excepções, não contemplam a correcção de curvas, criadas há mais de um século, devido à impossibilidade de atravessar várias propriedades». Na sua opinião, sem essas alterações «não é possível aumentar as velocidades de circulação para lá de 80 quilómetros por hora em zonas que poderiam subir até aos 120», sustenta, referindo que «o problema não foi resolvido» com a modernização da via entre Castelo Branco e Lisboa. «A electrificação só permitiu ganhar 15 minutos, porque já não é preciso esperar pela troca de locomotiva no Entroncamento», explicou, acrescentando que «se não for uma alternativa de transporte mais rápido, o comboio nunca vai conseguir conquistar clientes e ser rentável». Hélder Bonifácio espera que o primeiro-ministro, «que viveu na Covilhã e conhece bem esta realidade», seja sensível ao apelo da associação. A viagem inaugural na linha da Beira Baixa ocorreu há 114 anos, no dia 6 de Setembro de 1891, quando o rei D. Carlos fez o percurso entre Abrantes e a Covilhã. Só em Maio de 1893 a linha foi concluída com a abertura do troço Covilhã-Guarda. Ao longo de 11 quilómetros deste último troço, entre Caria e Maçaínhas, ainda há carris originais, segundo Hélder Bonifácio. «Não admira, por isso, que a velocidade máxima permitida seja ali de apenas 40 quilómetros por hora», sublinhou. A electrificação e melhoria da linha até Castelo Branco foi inaugurada em Julho pelo primeiro-ministro, José Sócrates. Na ocasião, foi anunciado que a modernização nos restantes 120 quilómetros, até à Guarda (passando pela Covilhã), estará concluída em 2007. O investimento total anunciado ascende a 75 milhões de euros.

Sobre o autor

Leave a Reply