Está formalmente constituída a Associação para a Promoção e Preservação do Património de Marialva, no concelho da Mêda. A nóvel instituição foi apadrinhada no último domingo por Cavaco Silva, que muito provavelmente deverá ser o seu primeiro sócio honorário, conforme propôs Paulo Romão, um dos co-fundadores.
A associação integra investigadores, arqueólogos, empresários e cidadãos comuns, com vista à recuperação, preservação e valorização do «riquíssimo património arqueológico romano e medieval», entre outros, reiterou Sá Coixão, arqueólogo e co-fundador. Recorde-se que Marialva foi a sede da Civitas Aravorum (Cidade dos Aravos), uma tribo lusitana romanizada, de que há abundantes vestígios, pelo que a nova associação se propõe criar um “Museu das Memórias” desta antiga cidade. O arqueólogo adianta ainda que se pretende fundar um Museu de Etnografia dedicada à povoação. Sá Coixão tem-se dedicado ao estudo daquela povoação histórica do distrito da Guarda, tendo recentemente descoberto um templo romano numa habitação a que serviu de base de construção e que tem estado a ser estudado com apoio do município de Mêda. Com raízes que datam desde o Paleolítico, Marialva – ocupada por romanos e muçulmanos – foi sede de concelho, extinto na reforma administrativa do século XIX, possui um conjunto histórico constituído pelas muralhas, castelo com ruínas das antigas habitações, casas de arrumos, a antiga Câmara Municipal e Cadeia, Pelourinho, igrejas e malha urbana de feição rural de origem medieval. Está classificada como Aldeia Histórica de Portugal. Para Paulo Romão, a associação deve ser «impulsionadora e dinamizadora» de todas as acções que digam respeito ao património de Marialva. «Terá uma grande capacidade mobilizadora, mas para isso vai precisar de todos, população em geral, Junta de Freguesia, autarquia e demais instituições públicas e privadas para dar vida a Marialva e devolver-lhe a importância que todos lhe reconhecemos», avisa.
