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Associação Cristã da Mocidade em crise

Problemas financeiros deverão estar na origem do alegado afastamento de Joaquim Gaspar das funções executivas

O presidente da direcção da Associação Cristã da Mocidade (ACM), Joaquim Gaspar, deverá ter sido impedido de exercer as funções executivas devido aos problemas financeiros que a associação atravessa. Estes são pelo menos os rumores que circulam na Covilhã, depois de uma reunião na semana passada à porta fechada entre os vários dirigentes da colectividade.

No entanto, Dias Rocha, presidente da Assembleia Geral, afirma que a reunião serviu «apenas para analisar a situação da ACM» e não para afastar alguém. Embora reconheça que a situação «não é nada famosa e que há dificuldades», Dias Rocha desdramatiza o “cenário negro” justificando-se com a actual crise que o país atravessa: «Todas as associações terão os seus problemas e com certeza que a ACM também terá os seus», destaca, dizendo-se «convicto» de que vai melhorar a curto prazo. O certo é que a direcção está a «analisar a situação com muita ponderação e bom senso» para que continue a cumprir com todos os seus serviços e obrigações. «A ACM presta um serviço inestimável aos mais desfavorecidos. E, infelizmente, tem estado um pouco abandonada pelas instituições com responsabilidades nesta área», salienta, sem querer especificar. Uma delas será porventura a Segurança Social. Em Maio passado, Joaquim Gaspar (ver edição 280) explicava que o problema se devia apenas ao atraso das verbas desta instituição na comparticipação ao Lar Residencial e ao Centro de Área Ocupacional, que acolhem cerca de 40 utentes, desde Abril de 2004, altura em que a ACM foi reconhecida como Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

Esta é mais uma fase negra da associação, que há dois anos tem vindo a ser fustigada por problemas financeiros. Primeiro foram os pais dos formandos a queixarem-se da falta de esclarecimentos sobre o atraso de um ano no pagamento das bolsas de formação, que voltaram a estar em atraso este ano. Em Maio passado foi a vez do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) acusar a associação de ter uma dívida de milhares de euros aos seus trabalhadores devido aos meses de salário em atraso (Fevereiro, Março e Abril). Para já, estão a ser «estudadas várias soluções» para resolver os problemas, adianta Dias Rocha. Apesar das várias tentativas, não foi possível contactar Joaquim Gaspar até ao fecho desta edição. “O Interior” tentou contactar igualmente um outro elemento da direcção, Jorge Santos Silva, que se recusou a falar.

Liliana Correia

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