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Assembleia Municipal de Pinhel ainda não discutiu compra da Rohde

Oposição socialista não acredita que o negócio se realize por falta de verbas

A compra das instalações da antiga fábrica Rohde, pela autarquia de Pinhel, não chegou a ser discutida na última reunião da Assembleia Municipal, que decorreu na passada quarta-feira. A discussão prevista foi retirada da ordem de trabalhos, por solicitação do presidente da Câmara. Para a oposição socialista, esta é mais uma prova de que o negócio poderá nem sequer se realizar.

A aquisição foi aprovada, com os votos contra do PS, em reunião de Câmara no mês passado, mas o autarca pinhelense adiantou, na altura, que a autarquia ainda esperava um parecer jurídico sobre a legalidade da compra. António Ruas afirmou também que fazia questão de levar o tema à Assembleia Municipal. Contactado por O INTERIOR, referiu apenas que a compra não chegou a ser discutida na última reunião porque a Câmara «continua à espera do parecer jurídico», escusando-se a fazer mais comentários sobre o assunto. Do outro lado, a oposição socialista acredita que o negócio nem sequer irá avante. «Para comprar coisas hoje em dia, basta ter ideias, dinheiro e vontade. Não precisamos de pareceres jurídicos para isso», afirma o líder da bancada socialista na Assembleia Municipal. Francisco Dias critica os termos em que a autarquia pretende adquirir a Rohde, nomeadamente o valor da aquisição, que poderá rondar os 4 milhões de euros. «O valor final ultrapassa largamente as competências do senhor presidente e ele já deve ter tomado consciência disso e retirou o tema, não só da ordem de trabalhos, mas provavelmente vai retirar também esta compra da ideia», admite. No seu entender, «para bem do concelho de Pinhel, dos pinhelenses e do distrito» o negócio não se deveria realizar.

Apesar de erguer a voz contra a aquisição, o PS local chegou mesmo a apresentar uma proposta de compra da antiga fábrica de calçado, que não foi discutida. «Fomos acusados de também propormos o negócio e é verdade, mas a nossa proposta era diferente», defende Francisco Dias, acrescentando que exigiam três pontos essenciais: a aquisição deveria fazer-se pelo valor do registo (mais majoração de lucro), só deveria ser comprado o espaço necessário e, finalmente, o Tribunal de Contas deveria pronunciar-se sobre a legalidade de todo o processo. Os socialistas criticam, assim, a forma como a autarquia pretende adquirir as instalações e terrenos adjacentes, tendo em conta «a conjuntura económica». «É uma questão de bom senso, está aí o FMI, não sabemos o que vai acontecer às autarquias e às populações», avisa. Por isso, não acredita que «o presidente tenha coragem de se envolver num negócio destes». António Ruas afirmou que ainda «não há data definida» para o tema ser debatido na Assembleia Municipal de Pinhel.

Catarina Pinto De acordo com António Ruas, a Câmara «continua à espera do parecer jurídico»

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