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“Ases” do parapente mundial em Manteigas

Etapa da Taça do Mundo da modalidade começa sábado e organização espera receber três mil pessoas

É já a partir deste sábado que Manteigas vai ser a capital do parapente mundial, com a organização da última etapa da Taça do Mundo de 2005. Presentes vão estar os 132 melhores parapentistas do mundo, numa competição que, segundo a organização, deverá ser acompanhada por uma comitiva de três mil pessoas, entre “staff” técnico, acompanhantes e visitantes, estima. Entretanto, termina hoje a segunda edição do Open da Serra da Estrela – Campeonato Nacional que decide o título do campeão português e que começou na sexta-feira da semana passada.

Os céus do Vale do Zêzere vão assim encher-se de cor com a realização desta prova de grande envergadura que vai contar com 112 pilotos masculinos e 20 femininos das mais variadas nacionalidades dos quatro cantos do mundo. Desde japoneses a brasileiros, passando por portugueses, franceses, checos, romenos, italianos, espanhóis, polacos, alemães, suecos, ingleses, indianos, búlgaros, eslovacos, colombianos, americanos, coreanos, turcos, entre outros. Deste modo, para além da evidente importância no campo desportivo, a organização de uma etapa da Taça do Mundo de Parapente em Manteigas é vista como uma excelente oportunidade para divulgar todas as potencialidades turísticas da região a uma escala mundial. No espaço de 15 dias, a Serra da Estrela vai assim “coroar” o melhor piloto do mundo em 2005, bem como o campeão nacional da modalidade que será conhecido hoje, dia em que termina o segundo Open da Serra da Estrela. A organização daquele que é considerado o mais importante evento desportivo ao ar livre jamais realizado na Serra da Estrela está a cargo da Escola de Parapente da Serra da Estrela e da “Geração Sem Limites”, sendo o Skiparque o quartel-general da numerosa comitiva de pilotos. Trata-se da primeira etapa da Taça do Mundo a ser promovida na Serra da Estrela e o «sonho» de Vítor Baía é de que «venha a ser uma das melhores realizadas até hoje» em todo o mundo. Até porque o Vale do Zêzere «pode ombrear com qualquer zona do planeta» na prática do parapente de competição. Outro objectivo para o responsável da Escola de Parapente da Serra da Estrela é «fazer da Serra um local de prática regular» desta modalidade. Já Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), disse, na apresentação oficial da prova em Fevereiro, estar muito satisfeito por a região acolher «mais um evento de projecção internacional».

De resto, é este tipo de produto turístico que considera «estratégico» para o futuro da Serra da Estrela, já que a Taça do Mundo de Parapente «ajuda a passar uma imagem de região moderna». E a Serra da Estrela está «a dar passos largos» para ser uma referência no turismo-aventura, acredita o responsável da RTSE. Por seu turno, o presidente da Câmara de Manteigas, José Manuel Biscaia, afirmou mesmo que a vila vai ser «a capital do mundo durante uma semana», garantindo que os manteiguenses vão receber de «braços abertos» o evento e os seus participantes. É que os voos previstos irão decorrer pelo Vale do Zêzere, em todo o maciço da Serra da Estrela e nos concelhos de Belmonte, Covilhã, Fundão, Guarda, Manteigas e Penamacor. Paralelamente à etapa da Taça do Mundo de Parapente vão desenrolar-se diversas actividades de animação, como baptismos de voo em parapente bi-lugar, sessões de iniciação à modalidade com exercícios no solo, festas-convívio em diferentes pontos da região e iniciativas de esqui, “snowboard”, BTT, “paintball”, canoagem, “rappel”, “slide” e TT 4×4, entre outras. A capacidade de organização e as condições ímpares no Vale do Zêzere para os voos de competição foram os maiores “trunfos” da candidatura serrana e levaram a PWCA – Paragliding World Cup Association a escolher a Serra da Estrela para ser um dos cinco lugares do globo a acolher o Mundial de Parapente. Para além da etapa de Manteigas, a “nata” do parapente já esteve em Sopot (Bulgária), Bourg St. Maurice (França), Nis (Sérvia e Montenegro) e Monte Cornizzolo (Itália).

Ricardo Cordeiro

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