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ASAE fechou cantina da Escola Superior de Saúde

Encerramento está a afectar diariamente 150 estudantes, pelo menos

Um piquenique no campus do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi a forma encontrada pelos estudantes para protestar contra o encerramento da cantina da Escola Superior de Saúde (ESSG). Na passada quinta-feira a ASAE (Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica) encerrou a cozinha da cantina da escola «não por razões de higiene, mas por deficiências da estrutura física e funcional», adianta Ricardo Correia, presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde da Guarda (AEESSG).

«Nós estamos revoltados, mas não queremos fazer disto uma luta contra o Politécnico», esclarece o dirigente em relação à manifestação organizada na terça-feira. Segundo o estudante, a acção não representou um protesto, antes «uma forma de alertar a sociedade para o nosso drama: o fecho da cantina». O serviço disponibilizado até agora nas instalações da escola, situada no Parque da Saúde, estava a ser explorado pelos Serviços de Acção Social do IPG, porém o jovem confirma que as condições da cozinha «não eram as melhores». Ricardo Correia recorda que, «muitas vezes, os estudantes chegavam a dizer, em tom de brincadeira, que se a ASAE viesse à escola a cantina fecharia». Ironia à parte, o dirigente académico adianta que uma das alternativas dadas pela presidência do IPG foi a cedência da cantina II, situada junto às residências de estudantes, até que seja encontrada uma solução capaz de resolver definitivamente o problemas dos alunos. No entanto, salienta que «não é uma alternativa viável», uma vez que a maioria dos estudantes apenas tem uma hora para almoçar.

E avisa que a situação poderá agravar-se, uma vez que «daqui a cinco semanas, muitos dos alunos da ESSG iniciarão estágios e só terão meia hora para almoçar». Nesse sentido, a associação está a recolher assinaturas para entregar à presidência do IPG, solicitando uma «solução urgente», adianta. Por enquanto, Ricardo Correia revela que a associação pretende que «o refeitório se mantenha aberto para que os alunos possam trazer comida de casa e comer ali». Para o futuro, o representante dos estudantes considera que a melhor solução será a construção de uma nova cantina. «Esperamos ter uma cantina nova, pois toda a gente sabe que a cozinha do nosso refeitório precisa obras de fundo e essa é uma situação que já se vem a arrastar há muito tempo», salienta. Actualmente, a ESSG é frequentada por cerca de 416 alunos, sendo que, segundo o dirigente associativo, o fecho do refeitório «afecta cerca de 150 alunos».

Alunos desesperam por alternativa

Para grande parte dos alunos que participaram no piquenique colectivo o que mais assusta é a falta de alternativas a curto prazo. Marta Bento almoçava «normalmente na cantina», no entanto, a jovem estudante de Farmácia diz que, apesar de tudo, esta medida não lhe causa grandes transtornos, uma vez que mora perto da escola. «Estou a morar ali ao lado, pelo que acabo por ter alternativa, mas muitos dos meus colegas moram longe e acabam por não ter tempo para ir almoçar a casa», acrescenta. Já Hugo Sequeira admite que o encerramento da cantina o deixou «sem alternativas», pois o «pouco tempo» que tem para o almoço «não dá para ir a casa».

Tânia Santos

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