O reitor da Universidade da Beira Interior assegura que a instituição que comemorou o seu 25º aniversário no último sábado está preparada para enfrentar os tempos de crise que se vivem na atualidade. A cerimónia, que decorreu no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde, foi presidida pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
No seu discurso, Mariano Gago enalteceu o trabalho desenvolvido por «uma universidade que está no início, mas já testado com transformações muito importantes da região» onde está inserida, dando os «parabéns pelo trabalho feito», até porque tem «noção» de que «não foi e não é fácil». «Uma universidade que se instala de novo e que se quer desenvolver fora de uma grande metrópole tem dificuldades acrescidas», sustentou o governante que considerou que «as universidades vivem também das interações, dos desafios, dos estímulos e das provocações que o meio envolvente lhes oferece e lhes impõe». O ministro defendeu que «cada vez mais» as instituições «se começam a medir pela capacidade de atrair os melhores alunos», daí terem «que se bater por terem os melhores estudantes que puderem», realçando que as instituições de ensino superior «hoje já não estão sozinhas». Neste sentido, «a universidade como coletivo é uma realidade muito recente», sendo que «a possibilidade de trabalho conjunto das universidades por objetivos comuns é talvez um dos maiores fatores de esperança do futuro da universidade portuguesa». Durante a sua intervenção, Mariano Gago chegou mesmo a falar na necessidade da formação de «consórcios entre instituições», mas no final, aos jornalistas, não quis especificar se se referia, por exemplo, a este tipo de associação entre a UBI e os Politécnicos da Guarda ou de Castelo Branco.
Antes, o ministro tinha ouvido o reitor da instituição covilhanense assegurar que a UBI «está preparada, não só para enfrentar os impactos da crise, como também para contribuir para a sua superação no estrito cumprimento da divisa que sintetiza a sua missão, valores e visão: pelo conhecimento e pelo trabalho, aspiramos às coisas mais elevadas, ontem, como hoje e no futuro». João Queiroz assumiu que «na conjuntura que o país e o mundo atravessam, os cenários de futuro estão longe de ser favoráveis», daí que «enquanto fontes de conhecimento, criatividade e inovação, as instituições de ensino superior têm o dever de empregar esses recursos na procura de soluções para os problemas atuais». O reitor sublinhou que a UBI «soube afirmar-se» e «conquistar o respeito das suas congéneres» ao longo dos últimos 25 anos, considerando que o «sucesso da construção» da universidade que lidera «é de todos os que se empenharam para que ela fosse realidade». Desde «os seus mentores e fundadores, dirigentes, pessoal docente e não docente, estudantes e parceiros institucionais. E é também de todos a responsabilidade da construção do futuro da UBI, reforçou.
Durante a sessão solene foram assinados protocolos com empresas como a Delta, PT Inovação e Galp Energia, para além de terem sido impostas insígnias doutorais, entregues medalhas a docentes e funcionários que completaram 20 anos de serviço, bem como prémios escolares e bolsas de mérito aos melhores alunos.
UBI com resultado positivo de três milhões de euros
A gestão da UBI teve um resultado líquido positivo de cerca de três milhões de euros no último ano. Os números fazem parte do relatório e contas de 2010 da instituição que foram aprovados por unanimidade pelo Conselho Geral da UBI na última sexta-feira, sendo que o resultado duplicou em relação ao exercício de 2009. De acordo com João Queiroz, houve maior produtividade, com «mais receitas provenientes de projetos e investigação», a par de uma «diminuição das despesas correntes». Houve redução de custos fixos com pessoal, através da aposentação de funcionários «que não foram substituídos», exemplificou. Apesar do cenário de crise não deixar antever «o que se vai passar daqui por poucos meses», o reitor da UBI acredita que ainda há margem «para se aumentar a produtividade».
Ricardo Cordeiro