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«As pessoas têm medo de fazer parte de uma lista que não seja as do costume»

CDS/PP apresentou elementos que acompanham Canotilho na corrida à Câmara da Guarda

«Uma equipa de gente da Guarda, que gosta da Guarda e que quer fazer alguma coisa pela Guarda». É deste modo que o candidato do CDS/PP à Câmara da Guarda, Joaquim Canotilho, caracteriza a lista que foi apresentada na última segunda-feira e que inclui nomes como os de João Pissarra, Maria Manuela Estêvão e Francisco Pissarra de Matos. O cabeça de lista dos populares alertou para a dificuldade que o partido está a sentir em formar listas para as juntas de freguesia, garantindo que muitas pessoas têm «medo de avançar».

Na cerimónia de apresentação dos dez nomes que compõem a lista de candidatos à autarquia da Guarda e o do médico Pereira da Silva para a Assembleia Municipal serviu para reforçar que o grande objectivo do CDS na Guarda é mesmo a eleição de um vereador. «É nossa convicção que, pelo menos, vamos meter um vereador na Câmara da Guarda o que, a acontecer, significará que o CDS passa a controlar a autarquia», realçou o mandatário da candidatura, Álvaro Estêvão. Uma convicção corroborada por Joaquim Canotilho que vincou que a grande aposta do partido é a eleição de, «pelo menos», um vereador que possa funcionar como um «”fiel da balança”» numa edilidade onde vão ser eleitas sete pessoas. «O ideal era que isto ficasse 3-3-1. Era “ouro sobre azul”», acredita, já que «podemos intervir de várias maneiras, mas estando na câmara era muito mais fácil», realça. João Pissarra, engenheiro informático e gestor na PT na área das Tecnologias de Informação, é o número dois da lista encabeçada por Canotilho, seguido de Maria Manuela Estêvão (engenheira química) e de Francisco Pissarra de Matos (técnico profissional de museografria). Os restantes lugares são ocupados pelo empresário António Júlio Fernandes, Francisco Estêvão (estudante), Ricardo Vilhena da Costa (advogado), Luís Cruz (economista), Octávio Ferreira Jorge (empresário) e José Terreiro (gestor). Trata-se de «uma equipa de gente da Guarda, que gosta da Guarda e que quer fazer alguma coisa pela Guarda. São pessoas que nas suas vidas profissionais deram provas do que eram capazes de fazer e penso que se fossem para a câmara poderiam fazer o mesmo», enaltece Joaquim Canotilho. Tudo sob o lema “estamos do seu lado”.

Desistências de listas às juntas de freguesia

Mas nem tudo é fácil na elaboração das listas do CDS/PP, como o atestam as várias desistências recebidas nos últimos dias de pessoas que, inicialmente, se mostraram interessadas em concorrer a várias juntas de freguesia do concelho. Deste modo, existem «algumas listas já feitas, mas ainda não fechadas», adianta, isto porque é «complicado», em aldeias como as nossas com muito pouca gente e onde já há muitos anos há duas listas (PS e PSD), «um partido como o CDS fazer listas», denuncia. «Hoje as pessoas têm muito medo de fazer parte de uma lista que não seja as do costume», reforça. «Pessoas bem colocadas na vida, que têm negócios com a câmara, com medo de represálias, porque, efectivamente, as pessoas sabem que na Guarda se funciona um bocadinho assim, pura e simplesmente, não querem dar o nome, embora nós saibamos que podemos contar com o seu apoio», continua. Neste sentido, o CDS deverá ter listas em «quatro, cinco freguesias», mas isto «se tudo ficar como estamos a pensar que fique», sublinha. É que, durante a última semana, foram recebidas «muitas cartas de desistência de listas que já estavam feitas e é isso que, neste momento, não me permite dizer quantas listas vai haver», indica. O candidato vai ainda mais longe no rol de críticas à autarquia ao afirmar que «as pessoas têm as suas contas a receber da câmara», havendo «muita empresa que está com a corda no pescoço por causa da gestão desta câmara», assevera. Assim, «há muita gente que está na eventualidade de fechar as suas empresas porque a câmara, pura e simplesmente, não paga», acusa. Deste modo, «aquelas pessoas que estavam interessadas em virem para uma lista e a quem a câmara não paga, têm medo de que, estando na lista, ainda vão mais para trás na fila dos pagamentos», reitera.

Ricardo Cordeiro

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