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As fraldas e os Meninos

Vox Populi

Hoje, o assunto não é a gestão autárquica porque prometi ao Dr. António Ferreira escrever sobre o tema, aderindo, desde logo, à campanha aqui iniciada por ele, na semana passada, “Um menino pela Maternidade”.

Avisei-o que a minha colaboração e empenho era total, mas não em géneros, dado que a “fábrica” lá em casa havia fechado. Retorquiu-me que aceitava a colaboração proposta nos termos em que a colocava, mas devia, por entrepostas pessoas, os meus filhos, colaborar também em géneros. Aceitei e já estou em campo. Espero também aqui ter sucesso.

É que, segundo parece, o único critério, definido pela famigerada Comissão, que a maternidade do Sousa Martins não cumpre é exactamente o mínimo de 1.500 partos anuais.

Soluções:

1 – Convidar as mamãs de Celorico da Beira, Fornos e Aguiar da Beira, que, segundo informações fidedignas, estão a utilizar o Hospital de Viseu para deixarem de o fazer se querem continuar a ter entre nós essa valência.

2 – Idem para as originárias do Sabugal e Manteigas, que, ao que parece, estão a engrossar o número de partos na Covilhã.

3 – Que as Administrações do Sousa Martins não deixem de novo “esgotar” os pediatras, porque sem eles ainda voltam a fechar a Maternidade, mesmo que temporariamente, porque a estatística não se compadece com tais fechos e começa a contabilizar na Covilhã. Devo revelar que, sendo originário da Covilhã, acho que também aí e, porque não em Castelo Branco, devem continuar a ter maternidades. A Beira Interior e o seu futuro Centro Hospitalar devem manter as três maternidades.

Se por qualquer razão, mais economicista, for melhor pensar só em duas, aplique-se a receita do Sr. Carlos Pinto: «Porque não fecham uma maternidade em Lisboa? Talvez isso fosse o começo de maior povoamento do Interior» (N.C.de 30/3/2006), e mantenham-se as três.

4 – Que se deixe baixar o “share” das televisões e que se preencham os serões de forma mais proveitosa para o nosso futuro, já que fecharão menos escolas, aumentará o emprego, dos jardins de infância aos Politécnicos e Universidades, tendo até, a prazo, resolvido o problema da sustentabilidade da Segurança Social. A ideia de fazer meninos como medida preventiva não é minha como atrás referi.

5 – Que se tenha bem presente que o nosso desenvolvimento passa obrigatoriamente por resolvermos bem, com qualidade, o problema dos cuidados de saúde, como muito bem disse o Dr. Fernando Girão na entrevista ao Altitude na passada semana.

6 – Desloquemo-nos ao Hospital, dar força aos estudantes do Politécnico integrando-nos na campanha “Uma fralda à janela,uma cantiga na rua”. A vivência da cidadania não é exclusivo de avós e pais, os jovens também sabem ser solidários e lutar por causas nobres – o meu aplauso.

7 – Subscreva o abaixo-assinado que circula na cidade em defesa da maternidade.

8 – Envie e-mails como tem sugerido “O Interior” para a ARS e Ministério da Saúde, que já se contam em centenas.

9 – Apoie o Movimento Cívico nas iniciativas que sobre a matéria está a organizar.

10 – Seja solidário com aqueles que já deram a cara pela causa, mesmo em lugares em que se aconselharia prudência, se a regra fosse “o politicamente correcto”. (diria ser conveniente). Não telefone ao Marcelo Rebelo de Sousa a fazer queixinhas.

Não sendo abrangido por nenhuma das soluções anteriores, não fique sem colaborar, retire a fralda do baú,compre-a se for o caso (já desceram de preço), peça emprestado, ou levante-a na Rádio Altitude se ainda houver. Mas mostre a sua solidariedade com esta causa que, sendo de todos, depende de todos, mas é concerteza para o bem de Todos (presentes e futuros). No carro, na janela, na varanda, na loja ou no trabalho não deixe passar esta oportunidade de ser solidário, através de um objecto de “afectos”, consigo próprio e com o nosso futuro colectivo. As gerações vindouras agradecem.

Por: J. L. Crespo de Carvalho

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