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«As empresas portuguesas ainda têm um longo percurso pela frente até atingirem os níveis europeus de mercado»

Entrevista a Toni Pinto Silva, sócio gerente da empresa Granipoly – Comércio de Pedras e Derivados, Lda, com sede em Pinhel

P – A Granipoly é uma empresa que surgiu recentemente. Quais as motivações que estiveram na origem da sua criação?

R – Na verdade, o projecto Granipoly® já existe em mente há bastante tempo. Surgiu da vontade em dar utilização a um pavilhão que se encontrava vazio ao lado da nossa outra empresa, a Pardal Peixe.

Numa conversa com um amigo, o meu pai decidiu que estava na hora de avançar e deu-se início ao projecto.

P – Quais os produtos que produz?

R – O produto da Granipoly, também ele designado produto Granipoly®, pode ter várias aplicações.

Dentro daquilo que estamos a produzir, podemos destacar as ditas placas que se destinam a Fachadas, bancadas de cozinha e casa de banho, pavimentos e revestimentos, degraus e com especial destaque para o mobiliário urbano, desde vasos, pias, bancos de jardim, etc.

P – Qual a origem dos principais clientes?

R – A nossa carteira de cliente começou a surgir aquando da nossa participação na TEKTÓNICA 2010 – FIL – LISBOA e mais tarde, mais concretamente, da nossa participação na CONSTRÓI ANGOLA – FIL – LUANDA.

Desde então, não temos mãos-a-medir e cada vez mais estamos convencidos que este projecto terá um futuro promissor.

Neste momento, estamos a produzir para a maior empresa Francesa de construção onde o grau de exigência é muito elevado.

P – Existe concorrência no vosso sector de actividade?

R – Existe sempre, muito embora tenhamos que reconhecer que o nosso produto, para além de inovador, apresenta características que mais nenhum outro pode oferecer.

Temos que referir que a concorrência, até ao momento, ainda não nos afectou tão intensamente como acontece com outro tipo de materiais.

P – O que é que vos diferencia da concorrência?

R – A razão desta diferença tem a sua explicação: trata-se de um produto feito a partir de uma massa que é vertida em moldes. O  produto Granipoly®   pode assumir qualquer forma, textura e cor e por isso adaptado à imaginação dos designers, arquitectos, engenheiros e outros conceptores.

Acresce que este produto tem melhores resistências físico-mecânicas e químicas que a pedra natural.

P – A empresa tem preocupações ambientais?

R – Muitas e foi constituída a pensar no ambiente. Repare que a nossa principal matéria prima provém dos resíduos de granito, resíduos que as pedreiras teriam que evacuar e nós aproveitamos, ou seja, reciclamos.

Por sua vez, os resíduos da nossa produção também eles são reutilizáveis no próprio processo produtivo.

P – No actual contexto de crise, acha que a internacionalização deve ser uma aposta?

R – Sempre foi e sempre será uma aposta, muito embora, neste momento de crise económica que estamos a viver e que afecta qualquer mercado, qualquer rumo que se tome pode ser ou não uma aventura.

P – E as empresas da região, estão preparadas/motivadas para apostarem em mercados externos?

R – Depende da empresa e daquilo que fabrica. Mas temos que admitir que o nosso mercado não corresponde às expectativas de todos os empresários nacionais, pelo facto deste tipo de aposta em outros mercados poder ser uma mais valia para eles.

No entanto, temos que ser mais competitivos e exigentes em termos de qualidade. As empresas portuguesas ainda têm um longo percurso pela frente até atingirem os níveis europeus de mercado.

Julgo estarmos no bom caminho e tudo leva a crer que, mais tarde ou mais cedo, nos destacaremos, pelo menos, ao nível da Europa.

P – Como perspectiva a evolução da sua empresa no futuro?

R – Estamos a trabalhar de forma consciente e ponderada, sabemos que o mercado está difícil; lançar um produto novo, mesmo que inovador nesta fase da economia portuguesa, é sempre um risco.

Mas estamos conscientes desse risco, apostamos na qualidade do nosso produto,  numa equipa de trabalho muito dinâmica e empenhada.

Todos em conjunto vamos tentar ultrapassar as barreiras da crise.

«As empresas portuguesas ainda têm um longo
        percurso pela frente até atingirem os níveis europeus de
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