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Artesãos da Guarda em “rede” para o Natal

A época natalícia nem sempre é sinónimo de mais negócios para os criadores

Cobras, minions, angry birds e os animais da quinta são algumas das criações de Virgínia Almeida, que costuma fazer bonecos de feltro e outras manualidades. Já Patrícia Ribeiro dá nova vida aos tecidos com peças para todas as idades, enquanto Liliana Silva dedica-se sobretudo ao artesanato para bebé. É nas feiras de artesanato e nas redes sociais que as três artesãs, da cidade da Guarda, vão “reclamando” o seu espaço e divulgam os artigos mais recentes.

Os presentes de Natal são mais uma oportunidade para se “reinventarem” e venderem os seus produtos, o que nem sempre é sinónimo de mais encomendas. «As pessoas continuam a ir aos espaços grandes», refere Virgínia Almeida, considerando que «ainda gostam das prendas nas caixinhas e das coisinhas feitas em fábricas». A guardense não tem dúvidas que as feiras de artesanato devem continuar a ser aposta, até porque «com as feirinhas as pessoas saem à rua», realça. Além dos mercados, a ida ao seu “cantinho online” já se tornou uma rotina indispensável para quem procura os produtos de Virgínia Almeida: «O meu Facebook é visto por centenas de pessoas todos os dias, mal chego a casa vejo as mensagens e tenho bastantes encomendas», revela, adiantando que «nas feiras as pessoas já me vão conhecendo».

Um dos seus maiores sucessos são os angry birds que, curiosamente, não joga: «Joguei e não gostava porque eles riam-se de mim sempre que perdia», brinca a artesã. Há ainda bonecas para segurar os ganchos das meninas, póneis ou cobras, mas «vamos inventando coisas novas todos os dias», sublinha. As suas criações também não esquecem os adultos, com agendas, blocos de notas ou porta-moedas: «No próximo ano vou fazer coisas novas, já tenho projetos», afirma Virgínia Almeida, a quem pedem coisas para senhores, «ainda não sei o quê mas eu chego lá». Já os preços são «o mais barato possível, é praticamente o dinheiro do material e pouco mais», garante.

Os produtos desta artesã marcam presença no Espaço dos Sentidos, promovido pela Câmara Municipal no centro comercial Vivaci Guarda, tal como acontece com “Sweet Mary”. É esta a marca e o nome da página de Patrícia Ribeiro no Facebook, onde a obra-prima é o tecido e resulta em peças originais e criativas para públicos variados. A autora realça que as pessoas «voltaram aos artigos feitos à mão» no Natal, pelo que o balanço desta quadra é positivo. «Tive mais procura agora», admite. Quanto a ofertas caraterísticas, a única novidade são os enfeites, com a “Sweet Mary” a disponibilizar produtos variados como capas para livros, estojos, necéssaires, fraldas bordadas ou bonecos. O artesanato «não compensa muito porque o lucro nunca é grande, mas é terapêutico», considera Patrícia Ribeiro.

Por sua vez, a “Xifofinhos” desenvolve produtos mais direcionados para bebé, como fraldas de algodão, fitas para chupetas ou “caixinhas” para lembranças de natalidade, tendo começado nas feiras de artesanato em setembro. Esta quadra tem sido positiva, já que «nesta altura há uma maior afluência e tenho a sensação que estão cada vez mais interessados em oferecer o que é artesanal», declara Liliana Silva. A pensar no Natal e em novos públicos, a “Xifofinhos” fez porta-chaves e sacos térmicos de alfazema «para ajudar com as dores, pois tentámos lembrar-nos de outros familiares sem serem crianças», refere. Graças aos contactos pela Internet, Liliana Silva envia os seus produtos um pouco para todo o país, mas «nas feiras artesanais é quando temos mais procura», refere.

Sara Quelhas Virgínia Almeida tem várias encomendas através do Facebook

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