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Arte experimental no Feital

Exposição colectiva revela trabalhos do VII Simpósio Internacional de Arte

Sete artistas plásticos de Portugal, Alemanha e Bélgica revelam, entre sábado e a próxima sexta-feira, o resultado da inspiração proporcionada pela região do Feital, uma aldeia recôndita do concelho de Trancoso, durante o VII Simpósio Internacional de Arte. A exposição colectiva reúne obras de Yvonne Knevels (Bélgica), Klaus Becker (Alemanha), Sigrun Jakubaschke-Ehlers (Alemanha), Maria Manuela Lopes (Portugal), Ângelo Encarnação (Portugal), Tierry Simões (Portugal) e Frederica Bastide Duarte (Portugal) no atelier “Temos Tempo”. Os trabalhos poderão ser vistos todos os dias das 10 às 20 horas.

A sétima edição deste encontro de arte contemporânea, idealizado em meados da década de 90 pela pintora e escultora Maria Lino para a sua terra natal, está a decorrer desde 29 de Agosto e vai terminar no próximo dia 19 no famoso atelier “Temos Tempo”, autêntico ninho de criatividade implantado no ambiente agreste e isolado do Feital. O tema “Desenhar com a Natureza – Desenho o que como” foi um desafio sugestivo quanto baste para os artistas que estiveram pela primeira vez na aldeia no ano passado a convite de Maria Lino, responsável pela sua selecção em vários catálogos de arte contemporânea publicados em diversos países. Já as interpretações que cada um lhe deu são autênticas surpresas, porque no Feital o olhar demorado sobre as coisas produz trabalhos espantosos, estranhos e inesperados. Aqui não há prémios nem atribuições de bolsas, a recompensa é outra e resulta quase sempre de um inédito processo de auto-criação a partir da inesgotável fonte de inspiração proporcionada pela Natureza e pela troca de experiências. São as coisas que o tempo faz e que o Feital torna possível para estes artistas plásticos, a quem não falta tempo para dar largas à imaginação e à criatividade, dois condimentos essenciais a esta experiência de criação artística.

O atelier, centro nevrálgico do simpósio, abre as portas ao público no sábado para o grupo mostrar o que está feito um ano depois da sua vinda para a aldeia. É o resultado dessa estadia que poderá ser apreciado até dia 17. Mas este ano, a exposição é acompanhada por um conjunto de eventos, organizado pela novel Associação Luzlinar, criada recentemente. Uma oficina para aprender a tocar “trombone de aboboreira”, outra sobre o trabalho de Maria Fisahn com as membranas ressonantes e um baile com temas da tradição popular do país, animado pelo Chuchurumel, são as actividades previstas para estes dias. A Luzlinar e é a mais recente colectividade cultural do distrito da Guarda, tem sede no atelier “Temos Tempo” e aposta na promoção das artes plásticas e performativas experimentais, assumindo ainda como objectivo o estudo e divulgação do património local e regional através de projectos criativos que interajam com a comunidade. Inspirada pelo trabalho e exemplo de Maria Lino, a Luzilinar é dirigida por Américo Rodrigues e pela pintora e escultora do Feital.

Luis Martins

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