«Uma iniciativa que deve ser seguida por outras empresas e instituições da Guarda». Pedro Figueiredo, Carlos Adaixo e Luís Rebelo são três dos 25 artistas com trabalhos expostos na “Arte livre na Egicar”, uma mostra colectiva de pintura, escultura, fotografia e desenho inaugurada na passada sexta-feira, sendo unânimes na hora de elogiar a iniciativa. Esta exposição, nada usual na região, vai estar aberta ao público até 28 de Dezembro nas instalações do concessionário Audi e Volkswagen para o distrito, situadas na Guarda-Gare.
O jovem escultor guardense Pedro Figueiredo, galardoado recentemente com o “Prémio Revelação” da conceituada Bienal de Arte Internacional de Vila Nova de Cerveira, considera a ideia conjunta da Egicar e da Artelivre – Associação de Artistas Plásticos da Guarda uma «boa iniciativa», por disponibilizar mais «um lugar que se abre aos artistas da Guarda», da mesma forma que é mais um local «para as pessoas poderem ver arte», realça. Neste sentido, a exposição colectiva ajuda a «espalhar geograficamente» a arte na Guarda, uma vez que o público está habituado a que «as coisas importantes só aconteçam no centro da Guarda» quando «é importante» que tenham lugar também na periferia. De resto, Figueiredo não tem dúvida em afirmar que se trata de um «exemplo que devia ser seguido por mais empresas e outras instituições», elogiando entretanto os empresários da região. Já o pintor Carlos Adaixo, também natural da Guarda, salienta a importância da «interacção entre aquilo que é o mundo da arte e o mundo empresarial», uma situação que em Portugal «não é muito comum, pelo menos em cidades do interior como a Guarda», frisa. Na sua opinião, a iniciativa é uma «ligação interessante», até porque as novas instalações da Egicar apresentam «alguma dignidade arquitectónica, além de ter muito espaço», refere. Assim, além do objectivo principal para que foi concebido – a exposição de automóveis, o espaço dispõe ainda de área «que serve perfeitamente a exposição de obras de arte», indica, esperando que esta mostra colectiva possa ser uma “porta aberta” para outras a realizar no futuro.
Luís Rebelo, outro pintor, congratula-se em participar nesta exposição ímpar na região, já que «as pessoas estão habituadas a ver arte em galerias e museus, mas qualquer espaço pode virar galeria de arte», sublinha. «Se também há os pintores de rua, porque não num stand de automóveis?», questiona, não deixando de elogiar Crespo de Carvalho, administrador da Egicar, um «amante de arte e que tem investido nos pintores da região», revela Rebelo. Para o pintor, devia haver «mais empresas» a apostar neste tipo de exposição, tal como sucede noutros países europeus, onde se pode assistir a «exposições em stands de automóveis tão boas ou ainda melhores que em galerias de arte», garante. A mostra encontra-se aberta ao público em geral nos horários normais de expediente, nas instalações da Egicar (VW) e Egiquatro (Audi). As obras vão estar à venda a preços estabelecidos pelos próprios artistas. Para além de Pedro Figueiredo, Carlos Adaixo e Luís Rebelo, Maria Lino, Maria Caetano, Jerónimo Brigas, Barreira Pires, Carlos Franco, A. Ramalho, Carlos Simpson, Alonso Gonzalez, Gracinda Costa, Evelina Coelho, Álvaro Carvalho, Isabel Crespo, Isabel Regueiró, Arménio Santos, Salete Vaz, Ana Paula Camilo, Tó Oliveira, Ana Moura, Delfim Figueiredo, Mário Carvalho, Jorge Sequeira, Carlos Dinis Figueiredo completam o catálogo desta mostra.
Ricardo Cordeiro
