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Aristides Sousa Mendes

Efemérides

Foi no dia 3 de abril de 1954 que morreu, em Lisboa, Aristides de Sousa Mendes.

Tinha nascido em Cabanas de Viriato a 19 de julho de 1885. Fez o curso de Direito em Coimbra e optou pela carreira diplomática, sendo nomeado cônsul de 2ª classe na Guiné Britânica, em 1910. Dezanove anos depois foi nomeado cônsul-geral em Antuérpia (Bélgica) para, em 1931, ser “despromovido” para o cargo de cônsul em Bordéus. Dois anos depois a Alemanha invadiu a França e, em junho, os exércitos alemães chegam a Bordéus e os refugiados, principalmente judeus, são aos milhares.

Contrariando todas as instruções diplomáticas portuguesas, no espaço de três dias, passa cerca de 30 mil vistos de entrada em Portugal. Julgado num processo interno do ministério, é condenado por “desobediência” e fica sem emprego. Nem o seu irmão gémeo César, que fora ministro dos Negócios Estrangeiros de Salazar, conseguiu fazer algo por ele. Foi o embaixador Teotónio Pereira que lhe instaurou o processo e o demitiu.

Em 1961, na Floresta dos Mártires, no Museu do Holocausto, em Jerusalém, foram plantadas 20 árvores em memória do “justo Aristides de Sousa Mendes”. Seis anos mais tarde, o Museu voltou a homenageá-lo com uma medalha com esta frase do livro sagrado judaico, o Talmude: “Quem salva uma vida, salva a Humanidade”.

Em Portugal, só em 1987 Mário Soares, Presidente da República, lhe deu, a título póstumo, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.

Por: Américo Brito

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