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Aquecedores interrompem julgamentos na Guarda

Quadro eléctrico do tribunal, recentemente remodelado, dispara quando funcionários ligam aparelhos por causa do frio

As baixas temperaturas da Guarda estão a dificultar os julgamentos no tribunal local. Isto porque, quando faz mais frio, os funcionários são obrigados a recorrer a aquecedores eléctricos, o que faz disparar o quadro eléctrico geral do edifício.

A situação foi denunciada pelo delegado distrital da Ordem dos Advogados, para quem esta situação causa grandes transtornos a juízes, advogados e funcionários: «É frequente o quadro ir a baixo quando está mais frio e, em consequência, as gravações das audiências são interrompidas abruptamente, os computadores perdem dados processuais ou perdem-se ligações de vídeo-conferências que raras vezes se recuperam», exemplifica João Bandurra. O advogado lamenta que se perca «muito tempo» nestes momentos e critica quem projectou as obras de remodelação do Tribunal da Guarda. «Este é o exemplo típico dos projectos feitos em gabinetes, longe das realidades locais e dos verdadeiros problemas do espaço a intervencionar», considera.

Para o delegado da Ordem, o edifício tem agora «espaços amplos, pouco funcionais, e nada adaptados às necessidades de quem ali trabalha. Como se não bastasse, o sistema de aquecimento não é eficaz, pois o calor gerado circula ao nível do tecto e não chega a quem está a trabalhar. Daí, a explicação para as baixas temperaturas que se verificam neste tribunal», acrescenta. O juiz-presidente do Tribunal já anunciou que vai comunicar o caso ao Conselho Superior da Magistratura. As obras de remodelação do edifício iniciaram-se em 2004 e só terminaram este ano, devido às dificuldades financeiras do empreiteiro – uma empresa da cidade entretanto falida. Contudo, as queixas por causa do frio, da falta de conforto e de algumas condições técnicas continuaram. O Ministério da Justiça gastou nesta empreitada cerca de 800 mil euros.

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