A Câmara aprovou, na última reunião do executivo, os principais projectos de regeneração urbana previstos para o centro histórico e bairros limítrofes da Luz, Bonfim e Nª Sra. dos Remédios. O investimento total ultrapassa os 9,2 milhões de euros, dos quais cerca de seis milhões virão do FEDER.
Trata-se da requalificação de ruas, avenidas e largos, da instalação de videovigilância e de ecopontos enterrados, além da reabilitação de um pólo desportivo. «O objectivo é recuperar, valorizar e ordenar o espaço público de forma a fomentar o seu usufruto pelos cidadãos», disse Joaquim Valente na passada segunda-feira. O presidente do município considerou que é «um projecto de mudança da cidade», pois vai dar «coesão urbana e integrar bairros construídos sem articulação com o centro da cidade e entre si». Esta intervenção, que sucede ao Polis, terá que ser concretizada até ao final de 2012, tendo o executivo aberto os respectivos concursos públicos. A oposição reconheceu a importância do projecto, mas absteve-se na hora da votação por falta de informação sobre o que se pretende levar a cabo.
«São acções muito importantes no objectivo e na utilidade, mas não temos conhecimento mínimo desses projectos, informação a que temos direito para poder deliberar em consciência», alegou Rui Quinaz, para quem esta obra vem «corrigir os erros urbanísticos do passado» naqueles bairros. «A Guarda tem péssimo urbanismo graças à gestão do PS na Câmara», criticou o vereador social-democrata. Na resposta, Joaquim Valente concordou que «houve erros» no passado, mas que estes «ajudaram a desenvolver a cidade», sendo que agora pretende-se «valorizar e não corrigir». No total, estão previstos 18 projectos de intervenção social, cultural, económica e ambiental. Um dos projectos-âncora do programa de regeneração urbana consiste na valorização do chamado “arco comercial” formado pelas ruas António Sérgio, Cidade de Safed e Almirante Gago Coutinho para fomentar a actividade económica na zona central da cidade.
A construção de um centro de dia de apoio aos idosos do centro histórico, a valorização patrimonial, a par da dinamização cultural dos bairros abrangidos e da criação de uma “brigada de manutenção do espaço público”. São parceiros da autarquia neste programa a Junta de Freguesia de S. Vicente, a Associação Comercial, a empresa municipal Culturguarda, a Agência de Promoção da Guarda e as associações dos respectivos bairros. O Programa Estratégico de Regeneração Urbana da Guarda vai desenvolver-se até 2012, altura em que, provavelmente, a circulação automóvel será mais restrita no centro da cidade, onde deverão surgir mais zonas pedonais.
Luis Martins 
