Setenta e oito entidades estiveram presentes na apresentação do Programa de Voluntariado Jovem para as Florestas, que decorreu na semana passada na delegação da Guarda do Instituto Português da Juventude (IPJ). Bombeiros, associações de produtores florestais, colectividades, Câmaras e Juntas de Freguesia quiseram saber mais acerca de uma iniciativa que pretende colocar no terreno voluntários, dos 18 aos 30 anos, entre 1 de Junho e 30 de Setembro. A sua missão é prevenir e detectar focos de incêndio, limpar matas e sensibilizar para a valorização da floresta portuguesa.
A iniciativa resulta do alargamento de um projecto-piloto levado a cabo no ano passado em Castelo Branco, Coimbra e numa zona do distrito de Leiria. «O facto de ter havido menos ou quase nenhuns incêndios nessas áreas levou-nos a desenvolver um projecto nacional», adianta Conceição Bessa Ruão, da comissão executiva do IPJ. O que se pretende é que os voluntários façam vigilância fixa (postos de vigia ou pontos elevados) e móvel (a pé, BTT ou motorizada), mas também parte da manutenção e limpeza das matas, de linhas e condutas de água relevantes para os bombeiros e de parques de merendas. Os jovens serão ainda incumbidos de sensibilizar as pessoas para os cuidados a ter na floresta. «Eles vão trabalhar com a floresta durante pouco mais de cinco horas, o resto do tempo é dedicado ao contacto com outros voluntários e entidades da protecção civil», refere a responsável. Os voluntários, que andarão sempre em grupos de dois a três, ficam obrigados a comunicar todos os sinais de alerta susceptíveis de poderem indiciar a existência de fogo nas florestas e serão coordenados por técnicos da Protecção Civil, Conservação da Natureza e Direcção-Geral de Florestas.
Para tal, os seleccionados vão ter aulas de cartografia, orientação pelo sol e bússola, progressão no terreno e identificação de espécies autóctones e invasoras. Tudo para que estejam aptos a ir para o terreno a 1 de Junho, quinze dias depois do início da época de fogos florestais. O programa dispõe de um orçamento de um milhão de euros, devendo os interessados, qualquer jovem, solicitar informações no IPJ. Pelo serviço prestado, os voluntários vão receber uma bolsa de 12 euros por dia, destinados a uma refeição e aos transportes. O Governo aponta para a colaboração de, pelo menos, dois mil jovens nesta acção integrada no programa nacional de combate aos incêndios.
