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«Apostar no interior não é nenhuma fatalidade»

Primeiro-ministro visitou empresas na Covilhã e sublinhou a importância de apostar na inovação e na qualificação dos recursos humanos

O primeiro-ministro António Costa esteve na Covilhã, na sexta-feira, onde inaugurou as novas instalações da empresa Mepisurfaces, no parque industrial do Canhoso, e da fábrica de confeções Benoli, no parque empresarial do Tortosendo.

Neste périplo, o chefe de Governo também visitou o Parkurbis, onde inaugurou o centro de inovação da Timwe Lab, criada em 2002. O chefe do Governo considerou as empresas que visitou «exemplos de excelência» e sublinhou a importância de apostar na inovação, no conhecimento empresarial e na qualificação dos recursos humanos. «Estes exemplos ilustram bem que não há nenhuma fatalidade para que as regiões do país que nos habituámos a chamar de interior não sejam regiões que não possam estar na linha da frente do desenvolvimento de Portugal. Aquilo que no futuro vai fazer a diferença relativamente ao passado é sermos capazes de, a partir destas regiões, atrair, criar, fixar e desenvolver empresas que estejam vocacionadas para o mercado global. Este é um desafio que o país tem de prosseguir», declarou o primeiro-ministro.

António Costa disse ainda que é «com muita satisfação» que vê «que todos os dias a realidade ultrapassa as nossas previsões», acrescentando que «isso acontece porque a confiança é um valor essencial para quem investe e para quem sonha e projeta o seu futuro no nosso país». Criada em 2013, a Mepisurfaces fabrica relógios e material de relojoaria de luxo, tendo mais de 50 trabalhadores. Já a Benoli, fundada em 1974, dedica-se à produção de vestuário de senhora e conta com mais de cem funcionários. Na Covilhã, António Costa inaugurou também o Puralã-Wool Valley Hotel & Spa, do grupo IMB Hotels, que resulta da requalificação total do antigo Hotel Turismo. Aí, o primeiro-ministro reuniu com o porta-voz do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior, com a União dos Sindicatos de Castelo Branco, a Associação Empresarial da Beira Baixa e a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, A24 e A25.

Estas entidades, que têm reivindicado o fim das portagens nas antigas SCUT, apelaram à revisão do modelo de negócio instaurado pelo Governo: «Pedimos ao primeiro-ministro para sermos recebidos numa reunião privada durante esta cerimónia e ele acedeu de imediato, tendo em consideração que tínhamos pedido há mais de seis meses uma reunião com o ministro das Infraestruturas, que não nos respondeu», explicou Luís Veiga. O porta-voz da Comissão adiantou que o chefe de Governo «achou estranho» Pedro Marques não ter respondido e mostrou-se «muito sensível» para tentar fazer aquilo que até agora ainda não foi feito.

“Contact center” da Altice cria 200 postos de trabalho na Covilhã

Aproveitando esta visita, o presidente da Câmara da Covilhã anunciou que a cidade vai acolher um contact center da Altice para acompanhamento de clientes franceses que deverá criar «pelo menos 200 novos postos de trabalho».

Vítor Pereira adiantou o futuro “call center” da Randstad/Altice vai começar a funcionar dentro de algumas semanas. Inicialmente, a empresa ficará instalada num espaço do Parkurbis e deverá criar pelo menos 200 postos de trabalho. «Depois de negociações decorridas desde o fim de 2016, comunico ao senhor primeiro-ministro, ao governo e aos covilhanenses que aqui mesmo ao lado está a ser criado um “contact center” Randstad/Altice para acompanhamento de clientes franceses», anunciou o edil, adiantando que «os cerca de 200 postos de trabalho a criar, que poderão chegar aos 300, exigem o conhecimento da língua de Vítor Hugo e Júlio Verne». De acordo com o autarca, o município já tem a confirmação da Randstad sobre os primeiros 80 selecionados, que «em breve serão contactados para início de formação laboral». Vítor Pereira considerou que a criação destas empresas é crucial para o desenvolvimento e para a economia local, afirmando que «nos últimos quatro anos o desemprego na Covilhã reduziu em 34,5 por cento, estamos a falar de quase 1.700 desempregados que deixaram de o ser».

António Costa inaugurou as novas instalações da Mepisurfaces, da Benoli, o hotel Puralã e o centro de inovação da Timwe Lab

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