A maior parte das pessoas é expectante, aguarda os acontecimentos para se mover depois nas contingências da realidade que nasce da agitação. Não se movem para, não são activos, opinativos, proponentes, motores de mudança, apenas se saracoteiam, exibem sem tomar posição. Mas um Estado devia ser interventivo, mais ligeiro de decisões e de iniciativas.
Angola está em profunda agitação política com estas eleições de esmagadora maioria MPLA, está a fazer história com milhões de angolanos na rua, e está a marcar o facto de que a guerra já não compensa. 80 por cento de eleitores no MPLA significa a exigência da estabilidade, o desejo de prosperidade e desenvolvimento. Angola ainda é um atraso de vida, com saneamento destruído, com rede de distribuição inexistente, sem transportes públicos, com milhares de prédios para demolição, ausência de qualquer regra europeia nos mercados e no comércio. A corrupção é a lei e o primado da ganância anda por todo o lado. De forma impressionante movem-se muitos portugueses por lá.
Mas a apatia do Estado raia o intolerável. Numa potência emergente já devíamos ter escolas, universidade portuguesa, bancos, rede de distribuição, convénios de formação de quadros.
Portugal devia estar em acção afirmativa a ajudar Angola e o seu desenvolvimento.
Por: Diogo Cabrita
