Donald John Trump é presidente dos Estados Unidos da América. Desde que foi eleito, muitas vezes foi feita referência ao episódio de “Os Simpsons”, exibido em 2000, em que o magnata cor-de-laranja se tornava presidente dos EUA. Durante dezasseis anos ninguém acreditou que fosse possível um apresentador de “reality shows” ganhar eleições, fazendo desse episódio uma Cassandra da modernidade. Após a sua eleição, muitos comentadores do espaço público arrepelaram os cabelos – e reconheça-se que, mesmo arrepelados, são cabelos que mantêm um aspecto melhor do que o cabelo de Trump.
Insinua-se que Donald Trump foi ajudado por Vladimir Putin a ganhar as eleições, mas a ajuda indispensável ao empreiteiro milionário chegou dos conselheiros de António Costa. Foram estes que ensinaram Trump que se pode ser legitimamente eleito para um cargo ainda que se obtenha menos votos do que o adversário, que se deve começar o mandato a reverter as reformas do governante anterior e que, para sossegar o povo, não há nada como inventar feriados. A única diferença é que esses conselhos afastaram os laranjinhas do poder em Portugal, enquanto na América conseguiram exactamente o contrário. No que se pode considerar mais uma vitória da diversidade norte-americana, depois do primeiro homem negro a liderar a Casa Branca, governa agora o primeiro homem laranja.
Para quem gosta de políticos sensatos, ou adultos, existe o temor de Trump encarar a presidência em Washington, D.C. como um fim-de-semana de caça. Deixa a mulher em Nova Iorque, leva o genro e os amigos, dá uns tiros em bichos raros, pede ajuda ao parceiro russo, compara o tamanho de membros do corpo (excepto as mãos) e gaba-se junto à fogueira de nem precisar de armas para caçar aves. Diz ele que são as passarinhas que vêm ao seu encontro e ele usa apenas as minúsculas mãos para as agarrar.
Por: Nuno Amaral Jerónimo
* Regressa semanalmente