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António Saraiva e Eduardo Brito em sintonia

Congresso de Celorico da Beira confirmou António Saraiva como presidente da Federação e elegeu Eduardo Brito para a liderança da Comissão Política Distrital

Depois de meses de troca de acusações e críticas, o PS da Guarda foi finalmente a congresso e saiu aparentemente apaziguado e unido. No sábado, em Celorico da Beira, António Saraiva foi confirmado presidente da Federação e Eduardo Brito, o seu principal oponente, vai presidir à Comissão Política Distrital (CPD).

O histórico militante de Seia liderou a única lista que foi a votos fruto da convergência alcançada entre as duas tendências que têm protagonizado os últimos meses da vida do PS guardense e que no congresso decidiram conciliar as respetivas moções. Do mal o menos, a nova CPD foi eleita com 72 votos a favor, 73 brancos e cinco nulos, tendo votado 150 delegados. Este resultado foi desvalorizado por António Saraiva, para quem esta expressiva votação em branco «não marca uma posição», nem tem significado. «Foram eleitas as comissões e os membros de todos os socialistas do distrito da Guarda», sublinha o líder socialista, acrescentando que no rescaldo do «processo conturbado» vivido no passado recente «não há vencidos nem derrotados». Para António Saraiva, «todos percebemos que tínhamos um objetivo e um caminho únicos, pelo que espero sair deste congresso como presidente de todos os socialistas da Guarda».

Aos jornalistas, o presidente da Federação garantiu que o PS «está unido e coeso» para enfrentar desafios como as autárquicas, além «da defesa do distrito e dos seus habitantes, empresas e empresários». Na sua opinião, o partido tem condições para ser maioritário em termos de Câmaras no distrito porque «vamos ter bons candidatos e as pessoas acreditam no PS como sendo o partido que melhor defende os interesses das populações e da região». Já os candidatos vão ser anunciados até março do próximo ano, sendo que na Guarda o cabeça de lista deverá ser revelado em janeiro. Neste mandato de 15 meses, António Saraiva também pretende «afinar a estrutura interna do partido com uma sede disponível e um contacto direto no dia-a-dia com os militantes, bem como defender e afirmar o distrito junto das estruturas nacionais e do Governo».

Por sua vez, Eduardo Brito acredita que o PS saiu «muito mais reforçado» do congresso e do período que mediou desde março. «Há pontos de vista diferentes que se mantêm, mas há uma estratégia comum porque este é um tempo de convergência e há agora que mobilizar esforços para conseguir reverter um conjunto de coisas que não estão tão bem», declarou o senense no final do congresso. Quanto à polémica dos últimos meses, o antigo autarca de Seia prefere agora dizer que se tratou do «momento mais alto do PS da Guarda» porque houve «debate, confronto de ideias e participação dos militantes». Contudo, Eduardo Brito recordou que «em democracia há sempre paz desde que se façam as coisas como devem ser feitas e com respeito uns pelos outros». Uma coisa é certa, na sua opinião, «acabou-se o monolitismo, todos contam».

CPD será «o centro do debate»

O ex-candidato à presidência da Federação, que desistiu poucos dias antes das eleições de março, garantiu também que a sua eleição para a CPD não vai significar que o PS guardense vá ter uma «liderança bicéfala». Contudo, acredita que esse órgão vai ser «o centro do debate político no PS e obviamente que o presidente da Federação saberá retirar desse debate a força e os argumentos para também se afirmar». Daqui para a frente, Eduardo Brito promete que não será «bloqueio» nem haverá «ressentimentos»: «Tenho experiência política e sempre tratei bem os meus adversários políticos quanto mais os meus camaradas, desde que os militantes tenham voz e se sintam considerados», avisou. Constituída por 51 elementos, a CPD será presidida por Eduardo Brito, já a Comissão Federativa de Jurisdição é liderada por João Marcolino e a Comissão Económica e Financeira por Ricardo Antunes. Presente no congresso, em representação das estruturas nacionais, João Azevedo, autarca de Mangualde, deixou um recado: «O secretário-geral exige de nós que ganhemos mais Câmaras e quer um partido unido, coeso e em paz».

Luis Martins «Espero sair deste congresso como presidente de todos os socialistas da Guarda», declarou António Saraiva no final da sessão

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